Carolinie Figueiredo critica ‘ditadura da beleza’ em post na web

A atriz Carolinie Figueiredo
A atriz Carolinie Figueiredo

Aos 28 anos e mãe de dois filhos, a atriz Carolinie Figueiredo usou as redes sociais nesta sexta-feira, 22, para fazer um post criticando a “ditadura da beleza” e inspirando outras mulheres a aceitarem seus corpos.

A atriz começa a publicação lembrando uma série de frases nada motivadoras que ouviu desde a adolescência sobre a sua aparência. “‘Você é linda só precisa dar uma secada. Seu rosto é tão bonito porque não emagrece? Você tem tanto talento fecha a boca que vai longe!’ Ontem fiz as contas, são mais de 15 anos escutando essas frases ‘motivadoras’. Dentro de casa, na família, no trabalho, na casa dos amigos, no elevador, na padaria…”, lamenta ela.

Em seguida, Carolinie critica o mercado que se aproveita da insegurança das mulheres como arma poderosa de consumo para controlar os seus corpos. “Dizer que ela é imperfeita, que ‘ela precisa se esforçar’ em troca da aceitação vende todo tipo de coisa: de cinta a depressivos”, avalia a atriz.

  • Essa não é a primeira vez que a atriz se manifesta na web para criticar os padrões de beleza vigentes. Confira uma outra publicação empoderada dela nessa matéria do Catraca Livre

Carolinie Figueiredo revela na publicação que só conseguiu ter “um corpo mais maravilhoso” quando passou a tomar anfetamina dos 15 aos 21 anos. Segundo ela, foi durante essa época que ela recebeu o maior número de elogios.

“Somente após parir no banheiro de surpresa que tomei meu corpo pela primeira vez. Ali percebi o poder, a força de ser quem se é sem precisar agradar. Mulheres inseguras, carentes, que rejeitam o próprio corpo, isso vende: revistas, roupas, dietas… Imagina a revolução de se aceitar como é”, pontua ela.

  • Os “padrões de beleza” são mutáveis e se transformam com o passar do tempo. Confira um vídeo mostrando algumas dessas mudanças nessa matéria do Catraca Livre

Ela ainda separa o ato de escrever textos bonitos de empoderamento na internet e o de realmente assumir-se sem vergonha do que vão pensar sobre o seu corpo. Carolinie continua dizendo estar cansada de pedir desculpas por ser quem é.

Há 15 anos peço desculpas pelo meu corpo, minha imperfeição, por não me enquadrar. Há 15 anos rejeitando aquilo que é a única coisa que ficará comigo até meu último dia: meu corpo. Toma teu corpo como se fosse seu, movimenta teu corpo como se soubesse o que é a liberdade de ser quem se é no aqui e agora”, filosofa.

A atriz finaliza o post declarando que os padrões de beleza que ouve desde criança não a contemplam e não representam seu corpo e beleza.

Confira o post honesto e empoderador da atriz na íntegra:

Você é linda só precisa dar uma secada. Seu rosto é tão bonito porque não emagrece? Você tem tanto talento fecha a boca que vai longe! Ontem fiz as contas, são mais de 15 anos escutando essas frases “motivadoras”. Dentro de casa, na família, no trabalho, na casa dos amigos, no elevador, na padaria… Como seria se todas as mulheres se aceitassem como são? Estamos trilhando esse caminho mas isso ainda é distante da realidade. Sabe porque? Porque controlar o corpo da mulher é uma arma poderosa pro consumo, e também pra repressão. Dizer que ela é imperfeita, que “ela precisa se esforçar” em troca da aceitação vende todo tipo de coisa: de cinta a depressivos. Quando eu tive um corpo mais maravilhoso (“agora sim tomou juízo”) eu tomava anfetamina (aos 15 e aos 21). O maior ápice de elogios. Somente após parir no banheiro de surpresa que tomei meu corpo pela primeira vez. Ali percebi o poder, a força de ser quem se é sem precisar agradar. Mulheres inseguras, carentes, que rejeitam o próprio corpo, isso vende: revistas, roupas, dietas… Imagina a revolução de se aceitar como é. E uma coisa é escrever texto bonito de empoderamento nas redes sociais, outra é assumir o biquíni e as estrias e correr atrás das crianças na areia sem precisar me cobrir por medo ou vergonha do que vão pensar de mim. Há 15 anos peço desculpas pelo meu corpo, minha imperfeição, por não me enquadrar. Há 15 anos rejeitando aquilo que é a única coisa que ficará comigo até meu último dia: meu corpo. Toma teu corpo como se fosse seu, movimenta teu corpo como se soubesse o que é a liberdade de ser quem se é no aqui e agora. É pra tatuar na alma tipo mantra mesmo. Digo isso pras mulheres que encontro porque estou dizendo profundo pra mim. Desde pequena metralhada por padrões de beleza que não me contemplam, que não representam meu corpo ou minha beleza. Agradando compulsivamente pra me sentir aceita pro outro. Metralhada por corpos objetificados pra servir o prazer do outro. Tomo meu corpo como se ele me pertencesse. E danço. Pra mim. Oferecendo liberdade. Pra todas nós. Foto @_mariana.aquino_ #cantodamulherquecanta

Uma publicação compartilhada por Carolinie Figueiredo (@carolinie_figueiredo) em

Outra celebridade que se posicionou sobre o assunto e quebrou estereótipos foi a Bruna Marquezine: