Estudo diz que cigarro mais caro evitaria 130 mil mortes no país

Aumento de 50% no preço dos cigarros evitaria 130 mil mortes
Créditos: Getty Images
Aumento de 50% no preço dos cigarros evitaria 130 mil mortes

Na última quarta-feira, 31 de maio, foi celebrado o Dia Mundial sem Tabaco. Para marcar a data, o Instituto Nacional do Câncer José de Alencar Gomes da Silva (Inca) apresentou um trabalho intitulado “Tabagismo no Brasil: Morte, Doença e Política de Preços e Esforços”, que traz uma série de dados referentes ao ano de 2015. A apresentação aconteceu no Rio de Janeiro.

A diretora-geral do Inca, Ana Cristina Pinho, destaca que o tabagismo é a principal causa de mortes evitáveis no mundo. “São doenças absolutamente evitáveis, é um problema mundial, mas a conscientização acerca dos males relacionados ao tabagismo só vem aumentando, e os governos precisam adotar políticas de Estado, de nação, para efetivamente buscar essas estratégias de redução do uso do tabaco”, explicou.

De acordo com uma simulação feita pelo estudo do Inca para os próximos 10 anos,  a elevação de 50% no preço dos cigarros evitaria mais de 130 mil mortes, 500 mil infartos, 100 mil AVCs e quase 65 mil casos de câncer. A medida também acarretaria ganhos econômicos de R$ 97,9 bilhões com o aumento da arrecadação tributária e a diminuição dos gastos com a saúde e da perda de produtividade.

O estudo do Inca mostra números alarmantes relacionados a mortes e gastos por causa das doenças tabagistas. Confira:

  • O Brasil tem prejuízo anual de R$ 56,9 bilhões com o tabagismo. Desse total, R$ 39,4 bilhões são gastos com despesas médicas e R$ 17,5 bilhões com custos indiretos ligados à perda de produtividade, causada por incapacitação de trabalhadores ou morte prematura. Também entram no levantamento o tabagismo passivo; cânceres diversos, entre os quais o de pulmão; acidente vascular cerebral (AVC) e pneumonia.
  • A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), por exemplo, é a enfermidade relacionada ao tabagismo que mais gerou gastos aos sistemas público e privado de saúde em 2015, com R$ 16 bilhões.
  • Em 2015, morreram no país 256.216 pessoas por causas relacionadas ao tabaco, o que representa 12,6% dos óbitos de pessoas com mais de 35 anos.
  • De acordo com o levantamento, desse total, 35 mil foram vítimas de doenças cardíacas e 31 mil de DPOC. O câncer de pulmão é o quarto motivo de morte relacionado ao tabagismo, com 23.762 casos. O fumo passivo foi a causa de morte de 17.972 pessoas.

Também foram apresentados dados da Vigilância de Fatores de Risco para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2016) relacionadas ao tabagismo:

  • De 2006 a 2016, a prevalência de fumantes na população caiu de 15,7% para 10,2%.
  • Homens fumam mais do que mulheres em todas as faixas de escolaridade, indo de 17,5% para homens e 11,5% para mulheres com até oito anos de estudo e caindo para 9,1% dos homens e 5,1% das mulheres com mais de 12 anos de estudo.
  • Em relação à faixa etária, os dados revelam que a prevalência é 7,4% entre jovens com menos de 25 anos e 7,7% entre idosos com mais de 65. A faixa com mais fumantes, 13,5%, é a de adultos entre 55 e 64 anos.

Segundo a OMS, o consumo do tabaco mata mais de 7 milhões de pessoas todos os anos, sendo responsável por cerca de 16% de todas as mortes provocadas por doenças crônicas não transmissíveis. O custo aos lares e aos governos passa de US$ 1,4 trilhão em despesas com saúde e com a perda de produtividade.

*Com informações do HuffPost Brasil

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