Pesquisa revela pior rede social para a saúde mental do jovem

A Sociedade Real para Saúde Pública (RSPH, na sigla em inglês), na Grã-Bretanha, realizou um estudo para entender como as mídias sociais podem impactar na saúde mental e bem-estar dos jovens.

“A mídia social a está intrinsecamente ligada à saúde mental”, afirma Shirley Cramer da Sociedade Real para Saúde Pública (RSPH)
“A mídia social a está intrinsecamente ligada à saúde mental”, afirma Shirley Cramer da Sociedade Real para Saúde Pública (RSPH)

“A mídia social se tornou um espaço no qual formamos e construímos relacionamentos, moldamos a autoidentidade, nos expressamos e aprendemos sobre o mundo à nossa volta; Ela está intrinsecamente ligada à saúde mental”, afirma Shirley Cramer da RSPH.

A enquete online, feita com 1.479 pessoas com idades entre 14 e 24 anos, avaliou os aplicativos YouTube, Instagram, Snapchat, Facebook e Twitter em quesitos como ansiedade, depressão, solidão, bullying e imagem corporal.

O Instagram foi considerado a pior rede social quando se trata de impacto negativo para os jovens, já o YouTube apresentou aspectos mais positivos em termos de saúde mental, seguido por Twitter e Facebook e Snapchat.

“É interessante ver Instagram e Snapchat nas piores posições para saúde mental e bem-estar – ambas as plataformas são bastante focadas em imagem e parecem causar sentimentos de inadequação e ansiedade nos jovens”, diz Shirley Cramer, executiva-chefe da RSPH.

Em resposta, o Instagram diz oferecer ferramentas e informações sobre como lidar com bullying e avisa os usuários sobre conteúdos específicos de algumas páginas, além de afirmar que manter a plataforma como um lugar seguro e amigável é uma de suas maiores prioridades.

“As redes sociais podem estar alimentando uma crise de saúde mental” entre jovens, segundo a pesquisa. Porém, também há efeitos positivos, o próprio Instagram foi apontado como promotor de efeitos positivos quando a questão era autoexpressão e autoidentidade, segundo a pesquisa.

RSPH e Young Health Movement estão pedindo ação do governo e empresas de mídia social para criar ações para mitigar problema
Créditos: Getty Images/iStockphoto
RSPH e Young Health Movement estão pedindo ação do governo e empresas de mídia social para criar ações para mitigar problema

Baseado nos resultados, um apelo foi lançado: “O RSPH e o Young Health Movement (Movimento de Saúde Jovem) estão pedindo ação do governo e empresas de mídia social para ajudar a promover os aspectos positivos das mídias sociais para os jovens, ao mesmo tempo em que mitigam os possíveis negativos. Essas recomendações incluem:

Introdução de um aviso pop-up sobre o uso excessivo da rede social

Plataformas de mídia social para identificar usuários que poderiam estar sofrendo de problemas de saúde mental com base em suas postagens e pensar em como dar sinais de como conseguir apoio (discretamente)

Plataformas de mídia social para destacar quando fotos de pessoas foram manipuladas digitalmente, por exemplo, indicando que fotos de modelos ou famosos foram manipuladas em determinada campanha ou postagem.”

Tom Madders, da organização de saúde mental YoungMinds, disse que as recomendações podem ajudar muitos jovens.

“Aumentar a segurança nas redes sociais é um passo importante que pedimos para Instagram e outras redes tomarem. Mas também é importante reconhecer que simplesmente ‘proteger’ jovens de alguns conteúdos jamais será a solução total”, disse.

Ele completa dizendo que os jovens precisam entender os riscos de como eles se comportam na internet e devem aprender como reagir a: “conteúdos nocivos que escapam dos filtros”.

Cuidados importantes para não deixar as redes sociais afetarem sua vida real

“As mídias sociais mudaram os relacionamentos em todos os níveis: social, pessoal, profissional e nos negócios. Elas se tornaram o principal meio de comunicação da nova sociedade, isto é fato. Marcar encontros, divulgar a vida, conversar com amigos, fazer amizades, tudo isso faz parte do nosso dia a dia”, considera a psicóloga Lizandra Arita, em matéria do Minha Vida, parceiro do Catraca Livre.

Agrande questão é quando o conteúdo ultrapassa imagens fofas e memes, com constrangimentos ou propagandas que geram problemas como ansiedade, autoestima e timidez.

“As relações estão cada vez menos respeitosas, o mundo virtual permite que você encerre uma conversa simplesmente apertando um botão, sem qualquer preocupação com os sentimentos da outra pessoa. Este comportamento acaba contaminado as relações do mundo real”, pondera a psicóloga clínica Marisa de Abreu. Leia matéria completa.