9 motivos para assistir ao filme ‘Infiltrado na Klan’
A obra é uma adaptação do livro de memórias do policial Ron Stallworth, um detetive negro que se infiltrou no final da década de 1970 na Ku Klux Klan
Ovacionado durante 6 minutos no Festival de Cannes deste ano, “Infiltrado na Klan”, do diretor Spike Lee, é uma adaptação do livro de memórias do policial Ron Stallworth, um detetive negro que se infiltrou no final da década de 1970 na Ku Klux Klan, uma organização que defendia a supremacia branca sobre negros e judeus nos Estados Unidos. O filme estreia no Brasil no próximo dia 22 de novembro (quinta-feira).
As obras contam a história de uma operação infiltrada, feita pelo policial por meio de contatos telefônicos e de um parceiro branco, que o representava nas reuniões da Ku Klux Klan. Como resultado, a dupla conseguiu impedir diversas queimas de cruzes (um dos maiores símbolos rituais da KKK), expor supremacistas brancos nas forças armadas e até criar uma “relação de amizade” entre Stallworth, o primeiro detetive negro da história do Departamento de Polícia de Colorado Springs, com David Duke, o então Grande Mago, líder da Klan na época.
Em comemoração ao mês da consciência negra, Spike Lee também será homenageado em mostras no CCBB (Centro Cultural do Banco do Brasil) de São Paulo e do Rio de Janeiro.
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Confira o trailer de “Infiltrado na Klan”:
Abaixo, veja 9 motivos para assistir ao filme:
1. O filme venceu o Grand Prix do Festival de Cannes (Prêmio do Júri) e já é visto como um grande candidato às indicações do Oscar 2019, nas categorias de Melhor Filme, Melhor Diretor e Melhor Roteiro Adaptado;
2. Spike Lee é considerado um dos cineastas mais engajados na militância contra o racismo;
3. Um dos produtores de “Infiltrado na Klan” é Jordan Peele, diretor do aclamado filme de terror “Corra!” (Get Out, 2017);
4. A produção conta com 95% de aprovação no site Rotten Tomatoes até o momento, recebendo uma série de elogios por sua veracidade, tom e ousadia;
5. Nos Estados Unidos, o longa-metragem foi lançado em 10 de agosto de 2018, um ano após a manifestação da supremacia branca em Charlottesville, no estado da Virgínia, que deixou três mortos – uma mulher de 32 anos e dois policiais –, pelo menos 34 feridos e um número indeterminado de pessoas presas;
6. O livro que deu origem ao filme, lançado pela Editora Seoman (selo do Grupo Editorial Pensamento dedicado à cultura pop, biografias e memórias), traz um retrato vívido do racismo, das ações terroristas da KKK e dos heróis que enfrentaram esse sistema, servindo como um alerta para lembrar a sociedade sobre seu dever de combater o racismo em todas as suas formas;
7. O livro só pôde ser escrito porque Stallworth desrespeitou seus superiores. Logo após o fim da operação, seu chefe mandou que destruísse tudo sobre o assunto, mas ele manteve suas anotações e, depois de sua aposentadoria, escreveu a obra;
8. O autor do livro, Ron Stallworth, assistiu ao longa duas vezes e declarou: “É um filme muito poderoso. Spike conta uma história da minha história. Ele fez um bom trabalho conectando o fio histórico da Confederação à Charlottesville, David Duke e Donald Trump”;
9. A história se mostra ainda mais representativa pelo momento atual, em que houve o surgimento de grupos de extrema direita nos Estados Unidos e em outros países do mundo.
“Um protesto direto e furioso contra a Era Trump”, definiu o jornal The New York Times.
Já a Times Magazine pontuou: “A história de Stallworth é tão inverossímil que você mal consegue acreditar – mas certamente não é mais inverossímil do que o ressurgimento da supremacia branca nos Estados Unidos. Tão extremo que vai além do alcance da sátira”.