Fossa ecológica economiza água e energia ao tratar esgoto

Equipamento foi desenvolvido por empresário que buscava solução para limpeza do local em que criava porcos

Os porcos muitas vezes são injustiçados. Em geral, os locais em que vivem são associados à sujeira. Mas foi justamente em um lugar de criação de suínos que surgiu uma iniciativa que visa sobretudo à limpeza ambiental. Falamos de um projeto de fossa ecológica.

Trata-se de um sistema de tratamento de esgoto que não usa energia elétrica nem produtos químicos. Seu princípio de funcionamento é potencializar a ação das bactérias na decomposição dos dejetos.

O empresário Cristiano Shedid buscava uma alternativa de limpeza para as instalações em que praticava a suinocultura, no Distrito Federal. Pediu, então, ajuda à Universidade de Brasília (UnB).

A partir daí, montou a empresa Ecofossa, que passou a ser incubada no Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico (CDT) da universidade.

A parte líquida do esgoto depositado na fossa ecológica é tratada por um equipamento também desenvolvido pela Ecofossa – o Ecofiltro. O líquido resultante pode retornar ao solo sem contaminar o lençol freático, ou ainda ser usado na irrigação de plantações.

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A fossa ecológica se vale da ação das bactérias para dispensar o uso de produtos químicos
Créditos: Reprodução/Ecofossa
A fossa ecológica se vale da ação das bactérias para dispensar o uso de produtos químicos

Ao longo de dez anos, Shedid expôs seu invento em feiras promovidas pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). Segundo o empreendedor, hoje o equipamento, que atende às normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), tem sido aplicado na indústria, no comércio e em hospitais, residências e hotéis.

Há diversos modelos da fossa ecológica, começando pelo feito para casas para até cinco pessoas e chegando ao próprio para grandes edificações com fluxo de 64 ou mais usuários.

Projeto alinhado com a ONU

Além do Distrito Federal, a Ecofossa já tem negócios em Goiás e na Bahia. E pretende dar seus próximos passos rumos a outras regiões do Brasil e também do exterior, especialmente onde haja problemas de saneamento básico.

O funcionamento da fossa ecológica está diretamente alinhado a um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável propostos pela ONU e que devem ser atingidos até 2030. No caso, o sexto deles, que trata de assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todos.

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Curadoria: engenheiro Bernardo Gradin, presidente da GranBio e especialista em soluções sustentáveis.

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