Empresas buscam soluções em Olimpíadas da Inovação
A parceria entre universidade e o setor empresarial tem se fortalecido nos últimos anos, principalmente nos Estados Unidos, onde os grandes conglomerados têm apostado no “open innovation”, modalidade em que estudantes e empresas discutem juntos a inovação.
Um desses casos de sucesso é a Innovation Olympics, competição onde empresas de médio porte e gigantes como IBM, Intel, Pfizer, Philips e Walt Disney, lançam desafios reais de negócios e cinco universidades competem para oferecer a melhor solução.
Considerada a maior competição de inovação do mundo, a Innovation Olympics foi idealizada há quase uma década pela IXL Center em parceria com o Global Innovation Management Institute.
Ao todos são quatro edições por ano (em cada uma, várias empresas lançam seus desafios e cinco universidades participam do programa para oferecer soluções para uma empresa especificamente).
De acordo com Manuel Mendes, diretor executivo da IXL Center, sediada em Boston, o programa é baseado em uma relação ganha-ganha para todos os envolvidos.
“Estudantes têm a oportunidade única de se capacitar por meio do principal órgão certificador a nível global, vivenciar um projeto de consultoria internacional na prática, além da oportunidade de trabalho em empresas líderes de mercado”, diz Manuel.
Universidades brasileiras
O evento vem chamado atenção das universidades brasileiras, que participam da competição desde 2015. A última edição do programa, a de outono, contou com a participação de uma faculdade brasileira, o Insper, pela segunda vez em sua história, tendo sido destaque entre os times vencedores da competição.
A equipe brasileira participou do desafio lançado pelo conglomerado CMI, maior empresa familiar da América Central, com atuação nos setores de moagem de trigo, avicultura e alimentos processados, rede de fast food, imobiliário, finanças, infraestrutura e telecomunicações. O objetivo do projeto consistiu na identificação de novas oportunidades de crescimento com o foco em alimentos para a “base da pirâmide”.
Os alunos brasileiros concorreram com equipes do Asian Institute of Management, Hult International Business School, Duke University e Lisbon University.
Para Manuel Mendes, mesmo o Brasil estando atrás de países como Colômbia, Chile e Peru na questão de inovação, existem algumas ilhas de exceção, como Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais e Pernambuco.
Como funciona
Cada empresa lança um desafio que será abordado por cinco universidades diferentes, competindo pela melhor solução entre si. Equipes de cinco membros com diferentes backgrounds, selecionados de acordo com a sua performance e experiência, são treinados e acompanhados por consultores internacionais durante oito semanas.
Ao longo do processo, os times têm a oportunidade de interagir com executivos das empresas para expor as soluções propostas e receber feedback por meio de quatro reuniões quinzenais. Ao final do programa, a empresa elege uma dentre as cinco soluções apresentadas por cada time, que se transforma em um business case para futura implementação e seleciona o melhor dentre os cinco apresentados.
O time vencedor ganha o prêmio de US$ 4 mil e o segundo lugar US$ 2 mil, além do treinamento e certificação em consultoria e inovação aplicado a todos os participantes.
A empresa, por sua vez, adquire um portfólio de 25 ideias para serem implementados de acordo com a sua conveniência e interesse, além de ter acesso ao pool de talentos para recrutamento.
Agora, na edição em curso, uma empresa brasileira está lançando um desafio. A próxima acontece no verão, no hemisfério Norte.
Mais informações: www.ixl-center.com