12 fatores de risco para o desenvolvimento de demência

Certas mudanças no estilo de vida poderiam ajuda a reduzir as chances da condição no futuro

Por Silvia Melo em parceria com João Gabriel Braga (Médico - CRMGO 28223)
03/10/2024 07:02

Um estudo da Universidade de São Paulo (USP) concluiu que cerca de 48% dos casos de demência no Brasil podem ser atribuídos a 12 fatores de risco.

A investigação contou com a participação de 9.412 pessoas de diferentes regiões, níveis socioeconômicos e etnias, com idade média de 63 anos.

As possíveis causas analisadas incluíram: baixa escolaridade, hipertensão arterial sistêmica, perda auditiva, obesidade, traumatismo craniano, excesso de álcool, depressão, inatividade física, diabetes, poluição do ar, tabagismo e isolamento social.

Fatores de risco para demência

Baixa escolaridade

A baixa escolaridade é considerada um fator de risco para a demência porque o nível de educação influencia diretamente a reserva cognitiva de uma pessoa, que é a capacidade do cérebro de se adaptar a danos ou alterações patológicas.

A reserva cognitiva atua como uma espécie de “proteção” contra o declínio cognitivo relacionado a condições como o Alzheimer e outras formas de demência.

 

Estudo da USP identifica os principais fatores de risco para demência
Estudo da USP identifica os principais fatores de risco para demência - Makhbubakhon Ismatova/istock

Hipertensão

A pressão arterial elevada pode causar danos aos vasos sanguíneos, comprometendo a circulação para o cérebro e aumentando a probabilidade de problemas cognitivos e doenças neurodegenerativas.

Perda auditiva

Pessoas que desenvolvem problemas auditivos durante a meia-idade (entre 40 e 65 anos) têm um risco maior de desenvolver demência. Também pode ser um dos primeiros sintomas de demência.

Para reduzir esse risco, é importante fazer um teste de audição. Um estudo descobriu que idosos que têm perda da audição, mas utilizam aparelhos auditivos para corrigir o problema, passam a ter um risco para demência menor.

Estilo de vida

Controlar o peso e manter um estilo saudável, com a prática de exercícios físicos, não fumar e consumir bebida de forma moderada, são fundamentais. A obesidade, o tabagismo, o alcoolismo e o sedentarismo também são causas importantes nas chances de desenvolver a doença.

Isolamento social e depressão

Estudos mostram que a falta de interação social frequente e a solidão podem aumentar o risco de declínio cognitivo e doenças neurodegenerativas. Isso ocorre porque as interações sociais exigem o uso de várias habilidades cognitivas, como memória, linguagem, raciocínio e atenção. Sem isso, essas oportunidades de estimulação cognitiva  pode levar a um enfraquecimento das conexões neurais e acelerar o declínio mental. 

Traumatismo craniano

Pessoas que recebem batidas no cérebro repetidamente, como atletas e lutadores, também possuem um maior risco de desenvolvimento de demências e deficiências na capacidade de pensar. 

Diabetes

Doença multifatorial das mais incidentes em todo o mundo, o diabetes também influencia o cérebro, inclusive nas chances de desenvolvimento do Alzheimer.