4 sintomas de câncer cervical para se atentar

É importante saber que nem sempre a doença causa sintomas

29/07/2024 07:41

No Brasil, excluídos os tumores de pele não melanoma, o câncer  cervical, também chamado do colo do útero, é o terceiro tipo de câncer mais incidente entre mulheres.

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), para cada ano do triênio 2023-2025 foram estimados 17.010 casos novos, o que representa uma taxa bruta de  incidência de 15,38 casos a cada 100 mil mulheres.

Afinal, o que é câncer cervical?

O câncer cervical é um câncer encontrado em qualquer lugar do colo do útero, a abertura entre a vagina e o útero. Geralmente é causado por uma infecção de certos tipos de papilomavírus humano (HPV).

A maioria das pessoas contrai HPV em algum momento da vida e ele geralmente desaparece sem causar problemas. No entanto, o HPV às vezes causa alterações nas células do colo do útero, que podem evoluir lentamente para câncer cervical.

Em alguns casos, o câncer cervical pode não causar sintomas óbvios
Em alguns casos, o câncer cervical pode não causar sintomas óbvios - JoPanuwatD/DepositPhotos

Quais são os sintomas?

  • sangramento vaginal incomum, incluindo após a menopausa, após o sexo ou entre menstruações regulares;
  • alterações no corrimento vaginal;
  • dor ou desconforto durante o sexo;
  • dor inexplicável na parte inferior das costas ou entre os ossos do quadril.

Mas o câncer cervical pode não causar nenhum sintoma ou os sintomas podem não ser óbvios.

Como diagnosticar câncer cervical?

O Papnicolau é o exame preventivo indicado para quando não existem sintomas. Sua realização deve ocorrer anualmente.

Por meio desse exame, é possível analisar microscopicamente células do colo do útero. Se houver sinais de células cancerígenas, a pessoa é faz uma biópsia, procedimento cirúrgico que retira amostras para análise em laboratório.

O que causa o câncer cervical?

Quase todos os casos de câncer cervical são causados ​​pelo vírus do papiloma humano (HPV). O HPV é um vírus muito comum, cuja transmissão se dá por qualquer tipo de contato sexual com um homem ou uma mulher.

Existem mais de 100 tipos diferentes de HPV, muitos dos quais são inofensivos. No entanto, alguns tipos de HPV podem causar alterações anormais nas células do colo do útero, o que pode eventualmente levar ao câncer cervical.

Duas cepas do vírus HPV (HPV 16 e HPV 18) são conhecidas por serem responsáveis ​​por 70% de todos os casos de câncer cervical.

Esses tipos de infecção por HPV não apresentam sintomas, então muitas mulheres não percebem que têm a infecção.

No entanto, é importante estar ciente de que essas infecções são relativamente comuns e a maioria das mulheres que as têm não desenvolve câncer cervical.

O uso de preservativos durante o sexo oferece proteção contra o HPV, mas nem sempre previne a infecção, porque a transmissão do vírus também ocorre pelo contato pele a pele na área genital.

A vacina contra o HPV é indicada a partir dos 9 anos de idade para meninos e meninas, e está disponível tanto na rede pública quanto privada.

Que pode buscar a vacina no Sistema Único de Saúde?

  • Adolescentes de 9 a 14 anos;
  • Vítimas de abuso sexual;
  • Pessoas que vivem com HIV, transplantados de órgãos sólidos, de medula óssea ou pacientes oncológicos com idade entre 9 e 45 anos. 

Quem corre mais risco de câncer cervical?

Qualquer pessoa com colo do útero pode ter câncer cervical, mas ele afeta principalmente mulheres com os seguintes fatores de risco:

  • Mulheres que iniciam a atividade sexual em idade precoce ou que têm múltiplos parceiros sexuais têm um risco aumentado de infecção pelo HPV, o que, por sua vez, eleva o risco de câncer cervical.
  • Mulheres com sistema imunológico comprometido, como aquelas infectadas pelo HIV ou que tomam medicamentos imunossupressores, têm uma capacidade reduzida de combater infecções, incluindo o HPV, o que aumenta o risco de câncer cervical.
  • Mulheres que fazem uso prolongado de contraceptivos orais (cinco anos ou mais). No entanto, o risco diminui após a interrupção do uso dos anticoncepcionais.
  • Mulheres com histórico familiar de câncer cervical.
  • Mulheres cujas mães tomaram o medicamento dietilstilbestrol (DES) durante a gravidez para prevenir o aborto espontâneo têm um risco maior de desenvolver câncer cervical.