5 bebidas que detonam o estômago quando tomadas em jejum

Algumas bebidas em jejum podem provocar queimação, náusea e desconforto digestivo

11/12/2025 08:16

Tomar determinados líquidos de estômago vazio pode trazer efeitos pouco agradáveis para o organismo, mesmo quando se trata de bebidas comuns na rotina. Especialistas em nutrição chamam atenção para o impacto de substâncias como cafeína, açúcares concentrados, gás carbônico e álcool sobre a mucosa gástrica e sobre o controle da glicemia, o que pode intensificar sintomas como queimação, azia, náuseas e sensação de estufamento em pessoas com maior sensibilidade digestiva.

Bebidas carbonatadas, como refrigerantes e água com gás, merecem atenção especial quando ingeridas em jejum
Bebidas carbonatadas, como refrigerantes e água com gás, merecem atenção especial quando ingeridas em jejumImagem gerada por inteligência artificial

Quais bebidas devem ser evitadas em jejum?

Entre as bebidas que mais exigem cuidado de estômago vazio, o café aparece com frequência, sobretudo na forma de café preto sem nenhum acompanhamento. Altamente ácido e rico em cafeína, ele estimula a produção de ácido gástrico e pode acelerar a motilidade intestinal, irritando a mucosa digestiva em algumas pessoas.

Esse efeito favorece azia, refluxo, palpitações, tremores e desconforto abdominal, principalmente em quem já apresenta histórico de gastrite ou refluxo gastroesofágico. Chás com cafeína, como chá-preto, chá-verde e chá-mate, funcionam de maneira semelhante, sobretudo quando consumidos muito quentes e em grande quantidade de estômago vazio.

Pessoas com síndrome do intestino irritável, hipoglicemia reativa ou ansiedade tendem a perceber ainda mais esses efeitos, relatando sudorese, taquicardia e piora da irritabilidade após grandes doses em jejum. Já bebidas achocolatadas concentradas, embora pareçam mais suaves, somam cafeína, gordura e açúcar, o que também pode não ser ideal para o primeiro horário do dia.

Como as bebidas gasosas e cítricas afetam o estômago em jejum?

Bebidas carbonatadas, como refrigerantes e água com gás, merecem atenção especial quando ingeridas em jejum. O gás liberado no estômago aumenta o volume de ar e gera pressão interna, facilitando o retorno do conteúdo ácido para o esôfago e favorecendo o refluxo e a sensação de ardor no peito.

Além disso, refrigerantes açucarados concentram grande quantidade de açúcar de absorção rápida, o que pode causar picos de glicose seguidos de quedas bruscas. Esses efeitos resultam em sintomas desconfortáveis, que podem ser observados com frequência em pessoas sensíveis:

  • Maior risco de azia e refluxo logo após o consumo;
  • Aumento de gases, arrotos e sensação de estômago cheio;
  • Picos de açúcar no sangue quando o refrigerante contém muito açúcar;
  • Possível desconforto para quem já tem sensibilidade digestiva.

Os sucos cítricos, como suco de laranja, limão ou grapefruit, são fontes conhecidas de vitamina C, mas também concentram ácido cítrico e açúcares naturais. Quando consumidos sozinhos, sem nenhum alimento, podem irritar a mucosa gástrica, principalmente em pessoas com úlcera, gastrite ou tendência a refluxo.

Outro ponto relevante é a carga de açúcar, mesmo em sucos naturais sem adição de adoçante, que em jejum entra rapidamente na circulação. Para reduzir riscos e tornar o consumo mais equilibrado, algumas estratégias simples podem ajudar no dia a dia:

  1. Evitar grandes copos de suco cítrico de estômago vazio;
  2. Combinar o suco com alimentos que contenham proteína ou fibra;
  3. Preferir a fruta inteira, que oferece mais fibras do que o suco puro;
  4. Observar sintomas de azia, náusea ou dor abdominal após o consumo.

Quais são os riscos de energéticos e álcool em jejum?

Bebidas energéticas costumam trazer doses elevadas de cafeína associadas a açúcares ou adoçantes e compostos como taurina, guaraná e vitaminas concentradas. Em estômago vazio, a absorção desses componentes tende a ser mais rápida, o que pode resultar em taquicardia, enjoo, desconforto gástrico, irritação intestinal e alterações de sono e pressão arterial.

No caso do álcool, o consumo sem nenhuma refeição prévia está associado a uma absorção acelerada pela mucosa do estômago e do intestino delgado. Isso aumenta o risco de hipoglicemia, perda rápida de coordenação, náuseas intensas e irritação da mucosa, especialmente em pessoas com doenças hepáticas, uso de medicamentos ou histórico de gastrite.

  • Evitar energéticos e álcool quando estiver em jejum prolongado;
  • Dar preferência a refeições com proteína, gordura boa e fibras antes de ingerir essas bebidas;
  • Intercalar álcool com água para reduzir irritação gástrica e desidratação;
  • Observar sinais de mal-estar e buscar orientação profissional se forem frequentes.
Bebidas carbonatadas, como refrigerantes e água com gás, merecem atenção especial quando ingeridas em jejum
Bebidas carbonatadas, como refrigerantes e água com gás, merecem atenção especial quando ingeridas em jejumImagem gerada por inteligência artificial

Como tornar essas bebidas menos agressivas ao estômago?

Uma estratégia simples para reduzir o impacto de bebidas potencialmente irritantes é sempre associá-las a um pequeno lanche ou a uma refeição equilibrada. Alimentos como iogurte, banana, aveia, pães integrais, ovos e oleaginosas ajudam a formar uma espécie de “barreira” no estômago, diminuindo o contato direto do ácido ou da cafeína com a mucosa.

Também é possível ajustar o preparo, como adicionar leite ou bebida vegetal ao café para reduzir a acidez e controlar o tempo e a temperatura de infusão do chá. Para refrigerantes e águas com gás, recomenda-se consumir após alguma comida, em menor volume, sempre observando os sinais do próprio corpo.

Para quem tem diagnóstico de gastrite, refluxo, diabetes ou está em uso de medicamentos que irritam o estômago, é importante discutir com o nutricionista ou médico quais bebidas são mais seguras em jejum e em que quantidade, individualizando a rotina sem abrir mão do cuidado com o trato digestivo.