5 bebidas que detonam o estômago quando tomadas em jejum
Algumas bebidas em jejum podem provocar queimação, náusea e desconforto digestivo
Tomar determinados líquidos de estômago vazio pode trazer efeitos pouco agradáveis para o organismo, mesmo quando se trata de bebidas comuns na rotina. Especialistas em nutrição chamam atenção para o impacto de substâncias como cafeína, açúcares concentrados, gás carbônico e álcool sobre a mucosa gástrica e sobre o controle da glicemia, o que pode intensificar sintomas como queimação, azia, náuseas e sensação de estufamento em pessoas com maior sensibilidade digestiva.

Quais bebidas devem ser evitadas em jejum?
Entre as bebidas que mais exigem cuidado de estômago vazio, o café aparece com frequência, sobretudo na forma de café preto sem nenhum acompanhamento. Altamente ácido e rico em cafeína, ele estimula a produção de ácido gástrico e pode acelerar a motilidade intestinal, irritando a mucosa digestiva em algumas pessoas.
Esse efeito favorece azia, refluxo, palpitações, tremores e desconforto abdominal, principalmente em quem já apresenta histórico de gastrite ou refluxo gastroesofágico. Chás com cafeína, como chá-preto, chá-verde e chá-mate, funcionam de maneira semelhante, sobretudo quando consumidos muito quentes e em grande quantidade de estômago vazio.
Pessoas com síndrome do intestino irritável, hipoglicemia reativa ou ansiedade tendem a perceber ainda mais esses efeitos, relatando sudorese, taquicardia e piora da irritabilidade após grandes doses em jejum. Já bebidas achocolatadas concentradas, embora pareçam mais suaves, somam cafeína, gordura e açúcar, o que também pode não ser ideal para o primeiro horário do dia.
Como as bebidas gasosas e cítricas afetam o estômago em jejum?
Bebidas carbonatadas, como refrigerantes e água com gás, merecem atenção especial quando ingeridas em jejum. O gás liberado no estômago aumenta o volume de ar e gera pressão interna, facilitando o retorno do conteúdo ácido para o esôfago e favorecendo o refluxo e a sensação de ardor no peito.
Além disso, refrigerantes açucarados concentram grande quantidade de açúcar de absorção rápida, o que pode causar picos de glicose seguidos de quedas bruscas. Esses efeitos resultam em sintomas desconfortáveis, que podem ser observados com frequência em pessoas sensíveis:
- Maior risco de azia e refluxo logo após o consumo;
- Aumento de gases, arrotos e sensação de estômago cheio;
- Picos de açúcar no sangue quando o refrigerante contém muito açúcar;
- Possível desconforto para quem já tem sensibilidade digestiva.
Os sucos cítricos, como suco de laranja, limão ou grapefruit, são fontes conhecidas de vitamina C, mas também concentram ácido cítrico e açúcares naturais. Quando consumidos sozinhos, sem nenhum alimento, podem irritar a mucosa gástrica, principalmente em pessoas com úlcera, gastrite ou tendência a refluxo.
Outro ponto relevante é a carga de açúcar, mesmo em sucos naturais sem adição de adoçante, que em jejum entra rapidamente na circulação. Para reduzir riscos e tornar o consumo mais equilibrado, algumas estratégias simples podem ajudar no dia a dia:
- Evitar grandes copos de suco cítrico de estômago vazio;
- Combinar o suco com alimentos que contenham proteína ou fibra;
- Preferir a fruta inteira, que oferece mais fibras do que o suco puro;
- Observar sintomas de azia, náusea ou dor abdominal após o consumo.
Quais são os riscos de energéticos e álcool em jejum?
Bebidas energéticas costumam trazer doses elevadas de cafeína associadas a açúcares ou adoçantes e compostos como taurina, guaraná e vitaminas concentradas. Em estômago vazio, a absorção desses componentes tende a ser mais rápida, o que pode resultar em taquicardia, enjoo, desconforto gástrico, irritação intestinal e alterações de sono e pressão arterial.
No caso do álcool, o consumo sem nenhuma refeição prévia está associado a uma absorção acelerada pela mucosa do estômago e do intestino delgado. Isso aumenta o risco de hipoglicemia, perda rápida de coordenação, náuseas intensas e irritação da mucosa, especialmente em pessoas com doenças hepáticas, uso de medicamentos ou histórico de gastrite.
- Evitar energéticos e álcool quando estiver em jejum prolongado;
- Dar preferência a refeições com proteína, gordura boa e fibras antes de ingerir essas bebidas;
- Intercalar álcool com água para reduzir irritação gástrica e desidratação;
- Observar sinais de mal-estar e buscar orientação profissional se forem frequentes.

Como tornar essas bebidas menos agressivas ao estômago?
Uma estratégia simples para reduzir o impacto de bebidas potencialmente irritantes é sempre associá-las a um pequeno lanche ou a uma refeição equilibrada. Alimentos como iogurte, banana, aveia, pães integrais, ovos e oleaginosas ajudam a formar uma espécie de “barreira” no estômago, diminuindo o contato direto do ácido ou da cafeína com a mucosa.
Também é possível ajustar o preparo, como adicionar leite ou bebida vegetal ao café para reduzir a acidez e controlar o tempo e a temperatura de infusão do chá. Para refrigerantes e águas com gás, recomenda-se consumir após alguma comida, em menor volume, sempre observando os sinais do próprio corpo.
Para quem tem diagnóstico de gastrite, refluxo, diabetes ou está em uso de medicamentos que irritam o estômago, é importante discutir com o nutricionista ou médico quais bebidas são mais seguras em jejum e em que quantidade, individualizando a rotina sem abrir mão do cuidado com o trato digestivo.