7 tipos de máscaras sociais que autistas usam para se sentirem aceitos
A prática visa ocultar os traços e comportamentos autistas para se adaptar às normas sociais
O transtorno do espectro autista (TEA) tem muitas nuances ainda pouco conhecidas. O mascaramento ou uso de máscaras sociais é uma delas. O termo no autismo refere-se a uma estratégia adotada por algumas pessoas para esconder ou suprimir comportamentos e traços autistas, tentando se adaptar às expectativas sociais.
É como um mecanismo de sobrevivência em um mundo que oprime aqueles que são diferentes da maioria.
Em outras palavras, é fingir ser quem você não é para ser aceito, evitar olhares tortos e julgamentos.
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Essa estratégia é comum, especialmente em interações sociais, e pode envolver imitar expressões faciais, suprimir movimentos repetitivos ou até forçar contato visual.
De acordo com pesquisas, o mascaramento é mais prevalente em mulheres autistas, mas pode ocorrer em qualquer gênero.
Esse processo geralmente é iniciado na infância ou adolescência, período em que a pressão social e o desejo de aceitação aumentam. Muitos autistas observam as interações sociais para imitar e responder de forma “apropriada” na visão da sociedade neurotípica.
Exemplos de mascaramento social no autismo
A National Autistic Society, do Reino Unido, descreve alguns exemplos de mascaramento social comuns entre os autistas:
- usar expressões faciais, talvez imitando as de outras pessoas, que não seriam naturais para si;
- forçar-se a fazer contato visual ou monitorar quanto contato visual se está fazendo;
- mudar a fala ou o tom de voz, por exemplo, usando uma frase menos direta ou sendo mais ou menos animado;
- suprimir, reduzir ou ocultar estímulos (como bater palmas ou repetição de palavras ou sons) ou mudar para estímulos menos perceptíveis, como brincar com uma caneta;
- reduzindo reações visíveis às sensibilidades sensoriais (por exemplo, ser muito sensível ao toque, mas disfarçar alguém aperta sua mão ou o abraça);
- planejar com antecedência o que quer dizer a alguém (conhecido como “script”);
- não compartilhar interesses devido à preocupação de que eles possam ser percebidos como inapropriados ou incomuns (por exemplo, devido à idade da pessoa).
Por que pessoas autistas usam máscaras?
- ser aceito na sociedade;
- para evitar preconceito, estigma, intimidação e discriminação;
- misturar-se ou “passar” em um mundo neurotípico;
- para atender às expectativas sociais e evitar a rejeição social;
- esconder o desconforto em ambientes que não são favoráveis ao autismo (por exemplo, porque não querem causar confusão ou incomodar os outros, ou porque podem não ser acreditados e/ou esperar que lhes digam que estão sendo dramáticos ou exagerados);
- para compensar as diferenças sociais e de comunicação entre pessoas autistas e não autistas, especialmente quando os estilos e preferências de comunicação não autistas são considerados a maneira “correta”;
- para lidar com a escola e evitar atenção negativa ou punição (por exemplo, por se movimentar ou fazer movimentos repetitivos);
- para melhorar as oportunidades de emprego e manter os empregos;
- fazer e manter amizades e relacionamentos;
- porque se tornou rotina ou subconsciente.
Quais as consequências do mascaramento?
Embora ajude a evitar estigmatização, o mascaramento pode ser exaustivo e gerar estresse e ansiedade, uma vez que a pessoa constantemente se esforça para seguir regras sociais que não são naturais para ela.
Além disso, o uso de máscaras sociais pode atrasar o diagnóstico, pois os sinais autistas são menos aparentes, o que pode retardar o apoio necessário.