Alzheimer: sinais de alerta precoce descobertos no cérebro
Pesquisadores alertam para certos processos no cérebro que podem indicar Alzheimer antes que os sintomas apareçam
Pesquisadores da Suécia podem ter descoberto sinais de alerta precoce no cérebro que podem indicar a doença de Alzheimer antes que os primeiros sintomas apareçam.
As descobertas oferecem a oportunidade de procurar moléculas que possam travar a progressão do declínio mental numa fase inicial, explica Per Nilsson, investigador do Departamento de Neurobiologia do Instituto Karolinska, em Estocolmo. O estudo foi publicado na revista Molecular Psychiatry.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 55 milhões de pessoas vivam com algum tipo de demência, sendo a mais comum a doença de Alzheimer, que atinge sete entre dez indivíduos nessa situação em todo o mundo.
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O complicado é que o Alzheimer começa inicialmente sem sintomas, embora já existam alterações iniciais no cérebro.
Quando os primeiros sintomas aparecem, geralmente já se passaram vários anos ou mesmo décadas e as alterações cerebrais já estão muito avançadas.
Doença de Alzheimer: os sinais precoces
O estudo descobriu que, em camundongos que já tinham a doença de Alzheimer, mas ainda não apresentavam sintomas, o metabolismo energético aumentou significativamente em uma parte do cérebro, o chamado hipocampo. O Alzheimer se desenvolve em camundongos de maneira semelhante à dos humanos.
O metabolismo energético alterado é visível antes da formação de placas no cérebro, o que é uma marca registrada da doença.
A mudança no balanço energético é consistente com os resultados das imagens cerebrais em pessoas com Alzheimer, mas agora os pesquisadores detectaram as alterações numa fase mais precoce.
Usando o sequenciamento de RNA, os pesquisadores obtiveram uma ideia de quais genes estão ativos nas células do hipocampo em diferentes estágios da doença.
Eles descobriram que no início da doença há inicialmente um aumento do metabolismo energético nas potências das células, as chamadas mitocôndrias, que depois diminui novamente.
Os pesquisadores agora querem examinar mais detalhadamente o papel das mitocôndrias e da autofagia no desenvolvimento da doença de Alzheimer.