Componente antiaderente aumenta risco de câncer no fígado; que tipo de panela é melhor?
Todos os anos, 700 mil pessoas morrem devido ao câncer de fígado no mundo
O sulfonato de perfluorooctano (PFOS) está diretamente ligado ao tipo mais comum de câncer de fígado, o carcinoma hepatocelular não viral, segundo uma pesquisa divulgada pela Universidade do Sul da Califórnia, nos Estados Unidos. O resultado indica que o uso do produto aumenta em 4,5 vezes o risco de desenvolver a doença.
Apesar de o nome não ser famoso, esse elemento (PFOS) está presente em componentes antiaderentes, comuns em panelas e frigideiras. Por isso, o estudo assombra quem procura utensílios que possibilitam uma vida mais saudável.
O PFOS faz parte de um grupo de produtos químicos artificiais, as substâncias per-e polifluoroalquil (PFAS), usados para conceder antiaderência, impermeabilidade e resistência a manchas a diversos produtos.
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“O câncer de fígado é um dos desfechos mais graves da doença hepática e esse é o primeiro estudo em humanos a mostrar que as PFAS estão ligadas a essa doença”, afirmou Jesse Goodrich, pesquisador do Departamento de População e Ciências da Saúde Pública da Keck School of Medicine.
A suspeita sobre os efeitos cancerígenos da substância não é nova -essa associação foi feita pela primeira vez em 1970 em trabalhadores industriais nos EUA. A partir da década de 1990, pesquisadores passaram a coletar dados sobre a relação da substância com o desenvolvimento de doenças hepáticas.
O teflon é associado a uma substância chamada PFOA (ácido perfluorooctanóico). Há evidências, em diversos estudos, que a exposição a esse produto pode produzir efeitos adversos à saúde, fato já divulgado pela American Cancer Society.
E agora, o que faço com a minha panela?
Depois de anos de uso, fica difícil saber (e até de lembrar) qual a procedência ou a marca de uma panela ou frigideira. O tempo de troca desses utensílios de cozinha depende muito do material de que são feitos e do estado em que se encontram. Alguns sinais visíveis da necessidade de trocar são revestimentos descascados e arranhados ou com rachaduras, manchas e amassados.
Quando escolher um novo produto, preste atenção nas instruções. Desde que sejam usadas seguindo as orientações do fabricante de manutenção e cuidadas para que o revestimento não seja danificado, existem muitas panelas seguras no mercado.
O teflon é um elemento comum nas panelas, mas o alumínio, um excelente e barato condutor de calor, é o metal mais presente nas cozinhas brasileiras.
No entanto, também há estudos mostrando que o alumínio pode se soltar na comida e, devido à neurotoxicidade desse metal, está relacionado a diversos males, como o desenvolvimento de Alzheimer.
Para evitar a superexposição ao alumínio, retire a comida depois de cozinhar e armazene em outro recipiente – um de vidro, por exemplo. Para lavar a panela, use uma esponja suave para evitar o desgaste do metal.
Muitas panelas de alumínio possuem uma cobertura de segurança que pode se danificar e expor o alimento a um material tóxico.
Panelas de cobre, além de bonitas (e caras), são ótimas para conduzir o calor e têm boa durabilidade. Instrumentos de cobre são especialmente queridos por quem faz doces ou produz aguardente.
No Brasil, entretanto, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estabeleceu que esses utensílios devem conter um revestimento (ouro, prata, níquel ou estanho) para evitar a absorção do cobre, que também é nocivo à saúde.
Há panelas de inox, por exemplo, que combinam materiais, e vale o mesmo princípio: depende do que é o revestimento e o quanto ele foi desgastado pelo uso e pelo tempo. Esse material é resistente, mas não é tão bom condutor de calor, por isso algumas marcas usam um fundo de alumínio.
Quais os tipos de panelas mais ‘saudáveis’
Ferro
Resistente e capaz de alcançar altas temperaturas, a panela de ferro fundido, apesar de pesada, é ótima para cozinhar, dura uma vida e não leva risco à saúde. Algumas partículas de ferro são liberadas durante o uso, mas a substância é absorvida pelo corpo sem nocividade e não interfere no sabor da comida. O material requer manutenção para não manter resíduos ou enferrujar.
Cerâmica
As panelas feitas totalmente por cerâmica e com revestimento esmaltado, se feitas com os materiais certos, são livres de tóxicos e não absorvem cheiros e sabores. As constituídas de barro sem revestimento podem acumular restos indesejáveis por serem porosas.
Como desvantagem, elas são mais pesadas, quebram com facilidade e distribuem o calor de forma irregular, além de poder ter restrições quanto à temperatura direta no fogão.
Vidro
As panelas de vidro não liberam resíduos ou toxinas nos alimentos e, por isso, são totalmente seguras. Tal como as de cerâmica, elas não distribuem a temperatura de maneira uniforme e requerem mais cuidado para não quebrar, especialmente com um choque térmico.
O vidro não deixa cheiro ou sabor, e isso influencia positivamente no cozimento dos alimentos, mas é preciso certa habilidade e atenção para não queimar a comida.