Anvisa aprova tratamento para enxaqueca em formato de caneta
A expectativa é de que a caneta esteja disponível para comercialização no segundo semestre de 2019
A Anvisa acaba de aprovar no Brasil um tratamento indicado para a prevenção de enxaqueca em adultos que apresentem pelo menos quatro dias de dores intensas por mês. Em formato de caneta aplicadora, a terapia chamada Emgality (galcanezumabe) é composta por uma injeção subcutânea autoadministrável, uma vez por mês.
O dispositivo já vem pronto para uso e foi desenvolvido com o objetivo de minimizar o desconforto da aplicação e aumentar a adesão ao tratamento. A caneta é descartável, possui uma agulha de pequeno calibre e não visível, com dose única de 120mg e sem necessidade de ajuste.
A eficácia e segurança do tratamento foram demonstradas em três estudos clínicos que reuniram mais de 2.500 pacientes. Os trabalhos que avaliaram pacientes com até 14 episódios de enxaqueca por mês mostraram, entre o primeiro e o sexto mês, uma redução de 50% no número de dias de enxaqueca em mais da metade dos pacientes estudados. A expectativa é de que a caneta esteja disponível para comercialização no segundo semestre de 2019.
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A aprovação aconteceu no mesmo dia em que foi celebrado o Dia Mundial do Cérebro (22/07). Em 2019, a Sociedade Internacional de Dor de Cabeça e a Federação Mundial de Neurologia dedicaram este dia para aumentar a conscientização da enxaqueca por meio de uma campanha chamada “Uma verdade dolorosa”, já que a doença continua a ser subestimada e estigmatizada mundialmente.
Enxaqueca
A enxaqueca acomete 1 em cada 7 pessoas no planeta, 30 milhões somente no Brasil. Junto com outras cefaleias, é uma das principais causas de incapacidade no mundo. Ela caracteriza-se por episódios recorrentes de cefaleia de forte intensidade acompanhada por outros sintomas, incluindo náuseas, vômitos, sensibilidade à luz, ao som e que pode causar também alterações na visão.
O Ministério da Saúde cita os seguintes fatores como as 10 principais causas da enxaqueca:
– preocupações excessivas, ansiedade, tensão, estresse;
– ficar sem comer. O jejum é o aspecto alimentar mais importante para desencadear dores de cabeça. Longo tempo sem comer pode gerar uma queda na taxa de açúcar do sangue e provocar a produção de substâncias que causam dor. O ideal é comer algo a cada 3 ou 4 horas, e também não exagerar na comida quando passar muito tempo em jejum;
– dormir mal. Bom sono é uma condição fundamental para o bem estar de uma maneira geral, e também para o equilíbrio das enxaquecas e outras dores de cabeça. Dormir pouco, dormir muito, demorar para pegar no sono, acordar no meio da noite, roncar e ter sonolência de dia, ir dormir e acordar muito tarde são todos possíveis desencadeantes de dor de cabeça;
– ciclo hormonal. A temida TPM (tensão pré-menstrual) carrega consigo crises de cefaleia. As enxaquecas na mulher tendem a ser mais concentradas no período menstrual ou pré-menstrual. Irregularidades menstruais, endometriose, ovários policísticos e reposição hormonal, podem ser fatores que agravam as enxaquecas;
– irritação e alterações do humor. A irritabilidade aparece normalmente junto com uma crise de enxaqueca, mas também pode ser um motivo gerador de novas dores. Altos e baixos no humor, pavio curto, passar muita raiva (guardando ou explodindo, tanto faz), impaciência, são combinações para desencadear uma enxaqueca. Tudo o que for feito no sentido de relaxar, acalmar e treinar a paciência é útil;
– excesso de cafeína. Tomar muito café, bebidas cafeinadas (coca-cola, chás pretos), chocolates, e até mesmo analgésicos que contenham cafeína são provocadores de enxaqueca;
– falta de exercícios físicos. Realizar exercícios faz com que o organismo produza endorfinas, regulariza a produção de neurotransmissores como a serotonina, melatonina, tornando o organismo mais saudável e mais resistente à dor;
– uso excessivo de analgésicos. Analgésicos não tratam a enxaqueca, só aliviam a intensidade e a duração das crises. O uso de analgésicos pode vir a tornar crônica, piorar a enxaqueca, tornando-a mais resistente e mais frequente;
– alimentos como chocolate, frutas cítricas, alimentos muito gelados (sorvetes), nozes, alimentos gordurosos, condimentados, ricos em glutamato monossódico (presente em salgadinhos, molhos, adoçantes), podem agravar as enxaquecas;
– causas genéticas. Deve-se reconhecer rapidamente a enxaqueca na infância, adolescência, início da vida adulta em filhos de pessoas que sofrem com a enxaqueca, para que ela possa ser tratada adequadamente, preventivamente, evitando que as crises apareçam e que a enxaqueca se desenvolva até um estágio crônico.