Anvisa autoriza testes em humanos com soro anticovid do Butantan

O soro hiperimune contra o coronavírus é parecido com os usados contra a raiva e é produzido a partir do plasma de cavalos

25/05/2021 11:15

Nos próximos dias, o Instituto Butatan dará um passo importante nos esforços contra o coronavírus. É que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou nesta terça-feira, 25, o início dos testes do soro anticovid. Com isso, o Butantan já pode começar a aplicação dos 3 mil frascos já prontos em voluntários da pesquisa. Esta será a primeira vez que o soro será utilizado em humanos.

A Agência já havia dado a autorização para a pesquisa no dia 24 de março, mas mediante a assinatura de um Termo de Compromisso que previa a entrega de informações complementares, que ainda não estavam disponíveis naquele momento.

Posteriormente, essa documentação foi entregue pelo Instituto Butantan, com as adequações necessárias, que permitem o início do estudo clínico.

Anvisa autoriza teste do soro anticovid do Butntan em humanos
Anvisa autoriza teste do soro anticovid do Butntan em humanos - divulgação/Instituto Vital Brazil

Soro hiperimune

O soro é produzido a partir do plasma do cavalo. No estudo, eles introduziram o vírus inativo nesses animais para que o organismo deles reagisse e produzisse anticorpos para combater a infecção. Depois, o sangue dos equinos é coletado e esses anticorpos isolados para que possam ser usados contra a doença.

O objetivo do soro é amenizar os sintomas nas pessoas já infectadas. Ele não é capaz de prevenir a doença causada pelo novo coronavírus.

O teste em humanos é uma etapa chave para que o Instituto possa avançar no desenvolvimento do medicamento e, posteriormente, solicitar seu registro junto à Anvisa, condição necessária para que ele seja usado no mercado.

O Butantan já é referência na produção de soros, como os antiofídicos, que neutralizam os efeitos de venenos de cobras, e o antirrábico, contra a raiva.

Soro é produzido a partir do plasma de cavalos
Soro é produzido a partir do plasma de cavalos - Arquivo/Instituto Vital Brazil