Após recorde de internações e mortes, Manaus recebe carga de oxigênio

Carga chega à capital amazonense após recorde de internações e colapso nos hospitais que atendem pacientes com covid-19

Dois aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) carregados de cilindros de oxigênio chegaram a Manaus no início da madrugada desta sexta-feira, 15. As aeronaves saíram de Guarulhos, SP, levando um total de 386 cilindros.

A ajuda foi organizada depois que hospitais da capital amazonense ficaram sem o insumo para atender os pacientes internados com covid-19. Muitos desses pacientes acabaram morrendo asfixiados pela falta de oxigênio.

Aeronaves da FAB saíram de Guarulhos para levar carga de oxigênio a hospitais de Manaus
Créditos: Centro de Comunicação Social da Aeronáutica
Aeronaves da FAB saíram de Guarulhos para levar carga de oxigênio a hospitais de Manaus

Na manhã de quinta-feira, 14, alguns médicos estavam transportando cilindros nos próprios carros até os hospitais e familiares tentavam comprar o insumo por conta própria.

Em meio ao caos, o ministro da Saúde Eduardo Pazuello chegou a dizer ontem que o governo não tinha transporte para enviar os cilindros. “A ponte aérea de oxigênio está impactada porque nós não temos os cargueiros específicos da FAB pra fazer isso. Então a situação em Manaus é muito grave. Estamos manobrando pra tentar reverter o quadro”, disse.

A escassez de oxigênio enfrentada por Manaus tem duas razões: o aumento de internações por covid-19 e dificuldades de produção enfrentada pela principal empresa que fornece o insumo ao Amazonas.

Covid-19 em Manaus

Do dia 1º ao dia 12 de janeiro, Manaus teve mais de 2 mil internações por covid-19. Com isso, esse primeiro mês do ano já ultrapassou o total de hospitalizações registrado em maio do ano passado, no início da pandemia no estado.

Um sequenciamento genético realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Amazônia identificou uma nova variante do novo coronavírus inédita em circulação no Amazonas. Essa nova linhagem de vírus envolve mutações na proteína spike, responsável por se acoplar nas células humanas para fazer a invasão.

Os pesquisadores ainda estudam qual o impacto dessa nova mutação na pandemia em Manaus e se ela é mais transmissível que as anteriores.