As condições de saúde que dobram risco de danos ao fígado entre quem bebe álcool
Os especialistas alertam que o consumo de álcool, mesmo em quantidades consideradas moderadas, pode ter efeitos devastadores para a saúde
Um novo estudo revelou que beber álcool pode mais que dobrar o risco de danos graves ao fígado em pessoas com barriga grande ou diabetes. Para aqueles com pressão alta, o risco de complicações hepáticas também quase dobra. Essas descobertas destacam a relação perigosa entre o consumo de álcool e doenças metabólicas, que já afetam uma grande parte da população.
Álcool pode mais que dobrar risco de danos ao fígado em diabéticos
O impacto do álcool no fígado
A combinação de álcool com uma alimentação rica em alimentos ultraprocessados e gordurosos pode ser extremamente prejudicial. Alimentos como cachorro-quente, salsicha, bacon e presunto, consumidos frequentemente em eventos esportivos e ocasiões sociais, são classificados na mesma categoria dos cigarros quando se trata de risco de câncer.
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O consumo excessivo de alimentos processados sobrecarrega a insulina, promovendo resistência à insulina e elevando os níveis de açúcar no sangue. Esse processo favorece o acúmulo de gordura no fígado, uma condição conhecida como esteatose hepática. Quando combinado com o álcool, o risco de lesões hepáticas aumenta drasticamente, podendo levar à cirrose e ao câncer de fígado.

Fatores de risco e o perigo oculto
Os especialistas alertam para fatores que contribuem para o acúmulo de gordura no fígado e aumentam as chances de danos hepáticos, como:
- Medidas de cintura elevadas (88,9 centímetros ou mais para mulheres e 101,6 centímetros ou mais para homens)
- Diabetes ou pré-diabetes
- Hipertensão arterial
- Obesidade
Esses fatores estão diretamente ligados à fibrose hepática, condição caracterizada pela formação de cicatrizes no fígado, que pode evoluir para insuficiência hepática e outros problemas graves.
Consumo de álcool: quantidade e percepção errada
O estudo, publicado no Clinical Gastroenterology and Hepatology, analisou dados do National Health and Nutrition Examination Survey, abrangendo quase 41.000 pessoas. Mais de 2.200 foram classificadas como bebedores “pesados”, definidos como:
- Mulheres que consomem 20 gramas ou mais de álcool por dia
- Homens que ingerem 30 gramas ou mais diariamente
Curiosamente, essa quantidade de álcool é frequentemente considerada “moderada” segundo o Centers for Disease Control and Prevention (CDC). Nos Estados Unidos, uma dose padrão de bebida alcoólica contém 14 gramas de álcool, equivalente a:
- 147 ml de vinho (12% de álcool)
- 354 ml de cerveja (5% de álcool)
- 44 ml de destilados (como vodka ou uísque, com 40% de álcool)
Muitas pessoas subestimam a quantidade de álcool que ingerem. Freeman explica que, ao encher um copo de vinho, a maioria das pessoas serve porções muito maiores do que a dose padrão. Como resultado, acabam consumindo quantidades excessivas de álcool sem perceber.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que não há níveis de consumo de álcool que sejam completamente seguros, e os efeitos podem ser mais graves do que se imaginava, incluindo o aumento da chance de desenvolvimento de câncer. O álcool é classificado como carcinógeno desde 2012 pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC). A recomendação da OMS é clara: o ideal para a saúde é não consumir nenhuma quantidade de álcool.