Atenção sobre jejum intermitente: estudo revela grupo de pessoas que deve evitar a prática
Jejum intermitente oferece vantagens à saúde, mas estudo revela possíveis riscos ligados à predisposição genética e ao que se consome após o jejum
Prática comum entre quem busca emagrecimento e saúde, o jejum intermitente ganhou um alerta recente.
Um estudo do MIT sugere que ele pode favorecer o surgimento de tumores intestinais, dependendo de fatores genéticos e alimentares.

O que diz o estudo do MIT?
- A pesquisa foi conduzida por cientistas do Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos, e publicada na revista Nature.
- O foco foi entender os efeitos do jejum intermitente no intestino, por meio de testes com camundongos.
- Durante o estudo, após 24 horas de jejum, os animais apresentaram intensa proliferação de células-tronco no epitélio intestinal no momento da realimentação.
- A regeneração celular pode ser benéfica para o intestino, mas também pode aumentar a vulnerabilidade a tumores, dependendo da predisposição genética do indivíduo e dos alimentos consumidos após o jejum.
- Os pesquisadores destacam que o jejum não causa câncer diretamente, mas pode favorecer o ambiente para seu desenvolvimento em certos casos.
Quem deve ter mais cuidado?
- Pessoas com histórico familiar de câncer de intestino devem ser mais cautelosas ao adotar o jejum intermitente.
- A alimentação após o período de jejum é especialmente importante e pode influenciar os efeitos no intestino.
Quais alimentos podem aumentar o risco?
- Carnes processadas;
- Produtos ricos em açúcar;
- Bebidas alcoólicas;
- Esses alimentos, quando consumidos logo após o jejum, podem piorar os efeitos da alta proliferação celular e aumentar o risco de formação de tumores.

O jejum intermitente continua tendo benefícios?
- Estudos anteriores mostram que a prática pode reduzir o consumo calórico, ajudar na perda de peso, melhorar a resposta imunológica e reduzir o risco de doenças como diabetes.
- No entanto, o estudo do MIT mostra que o jejum não é uma solução universal e deve ser adaptado a cada pessoa.
- Segundo Renan Oliveira Corrêa, coautor do estudo, o momento da realimentação é crítico e precisa de atenção.
“Vários estudos já demonstraram os benefícios dessa prática, inclusive para a prevenção da doença. Verificamos no nosso estudo que, por aumentar a proliferação de células-tronco no intestino, dependendo da predisposição genética e, possivelmente, do que se come após o jejum, pode ocorrer um aumento do risco de desenvolvimento de tumores só pelo fato de se fazer jejum“, afirmou.
- Embora o estudo tenha sido realizado em camundongos e precise de mais dados, os pesquisadores sugerem cautela na prática do jejum.
“Nosso achado mostra, portanto, que é o caso de não dar sorte para o azar. O jejum intermitente pode ser muito eficiente, pois de fato reduz o consumo de calorias. Algumas pesquisas mostraram que, além de favorecer a perda de peso, a prática reduz o risco de diabetes e pode trazer melhorias ao sistema imune, protegendo o organismo contra alguns tipos de câncer. No entanto, identificamos que ele não deve ser indicado para todo mundo, já que o momento de realimentação é de grande proliferação celular e pode tornar as células mais suscetíveis à formação de tumores”, explicou Corrêa.
- Consultar profissionais de saúde antes de iniciar o jejum intermitente é fundamental para uma abordagem segura e personalizada.