Aumento do risco de demência? Estudo vê perigo na medicação
O risco de desenvolver demência pode ser aumentado por certos medicamentos. Qualquer pessoa que toma este medicamento deve ter cuidado
Há anos que se suspeita que os medicamentos que reduzem a acidez estomacal, os chamados inibidores da bomba de protões (IBP), aumentam o risco de outras doenças quando tomados a longo prazo: inflamação intestinal, fraturas ósseas, ou câncer do esófago. Alguns estudos mostram até evidências de um possível aumento no risco de demência.
Agora, a análise dos dados de longo prazo provenientes dos EUA fornece novas provas disto.
O estudo publicado na revista Neurology estabeleceu uma ligação entre o uso prolongado de medicamentos para tratar azia e refluxo e um maior risco de desenvolver demência.
A pesquisa analisou dados de mais de 5.000 participantes com idade média de 78 anos. E revelou que aqueles que utilizaram inibidores de bomba de prótons (IBPs) por 4,5 anos ou mais apresentaram um aumento de 33% na probabilidade de desenvolver demência.
Entre os medicamentos incluídos nesse grupo estão o omeprazol, esomeprazol, lansoprazol, pantoprazol, rabeprazol e dexlansoprazol, que atuam inibindo a etapa final da produção de ácido gástrico.
Esses medicamentos são altamente eficazes no controle dos sintomas de refluxo ácido e da doença do refluxo gastroesofágico, uma forma mais severa da condição, em que o conteúdo do estômago retorna ao esôfago.
Uso prolongado de inibidores da bomba de prótons e demência
Os autores do estudo explicaram que há indícios de que o uso prolongado de IBPs pode levar à deficiência de vitamina B12. E essa deficiência está associada ao declínio cognitivo.
Além disso, pesquisas em camundongos sugerem que esses medicamentos podem interferir no metabolismo da proteína amiloide, um fator que pode contribuir para o desenvolvimento de demência.
Outros riscos associados ao uso prolongado de IBPs
Além do risco potencial de demência, estudos também sugerem uma correlação entre o uso contínuo de inibidores da bomba de prótons e um maior risco de AVC, fraturas ósseas e doença renal crônica.
No entanto, esses estudos apontam para uma associação, e não para uma relação causal direta entre o uso desses medicamentos e o desenvolvimento dessas condições de saúde.