Bariátrica pode ser feita por mais pessoas: novas regras do CFM ampliam opções de tratamento
Se você ou alguém da sua família enfrenta a obesidade e sofre com problemas de saúde relacionados, vale conversar com um médico
Você tem obesidade e sempre ouviu que “não é caso de cirurgia”? Isso pode ter mudado. O Conselho Federal de Medicina (CFM) anunciou nesta terça-feira, 20, novas regras que ampliam quem pode se beneficiar da cirurgia bariátrica no Brasil. A medida acompanha avanços da ciência e reconhece que o procedimento pode ser eficaz mesmo em casos antes considerados “leves demais” para a operação.
A mudança mais significativa? Agora, pessoas com IMC entre 30 e 35 – até então fora do perfil padrão – poderão passar pela cirurgia, desde que apresentem problemas de saúde associados à obesidade, como diabetes tipo 2 ou apneia do sono grave.
Entenda o que muda:
🔹 Antes: só quem tinha IMC acima de 35 com doenças associadas, ou acima de 40 mesmo sem comorbidades, poderia operar.
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🔹 Agora: quem tem IMC a partir de 30 já pode fazer a cirurgia, se tiver doenças como:
Diabetes tipo 2
- Doença cardiovascular grave
- Apneia obstrutiva do sono (forma severa)
- Doença renal crônica em fase inicial
- Esteatose hepática (fígado gorduroso)
- Refluxo gastroesofágico
Além disso, não há mais limite de idade nem tempo mínimo de convivência com essas doenças. Até adolescentes poderão ser avaliados para o procedimento, conforme o caso clínico.

O que é IMC mesmo?
IMC (Índice de Massa Corporal) é um cálculo simples: peso dividido pela altura ao quadrado:
📌 Entre 25 e 29,9 = sobrepeso
📌 A partir de 30 = obesidade grau I
Mais tipos de cirurgia reconhecidos
O CFM também passou a reconhecer oficialmente outras técnicas além da tradicional bypass gástrica, como o duodenal switch e a gastrectomia com bipartição intestinal. Essas abordagens, mais recentes, são indicadas principalmente para quem precisa de uma cirurgia revisional — ou seja, um segundo procedimento após falha ou reganho de peso.
Por que essas mudanças são importantes?
Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), Juliano Canavarros, as novas diretrizes colocam a ciência a serviço de quem precisa. “Estamos falando de uma intervenção que é segura, eficaz e pode evitar complicações graves da obesidade a longo prazo”, disse ele.
Nos últimos quatro anos, mais de 291 mil brasileiros passaram por algum tipo de cirurgia bariátrica. Com as novas regras, esse número tende a crescer, já que mais pessoas poderão ser avaliadas para o procedimento.
Resumindo as novas regras do CFM:
✅ IMC mínimo cai para 30 (com comorbidades)
✅ Mais doenças associadas entram na lista
✅ Fim da exigência de tempo mínimo de doença ou limite de idade
✅ Novas técnicas cirúrgicas reconhecidas
✅ Acesso ampliado para adolescentes
Se você ou alguém da sua família enfrenta a obesidade e sofre com problemas de saúde relacionados, vale conversar com um médico. A bariátrica não é um “atalho”, mas pode ser uma ferramenta poderosa para viver com mais saúde e qualidade de vida.
Obesidade: 4 consequências causadas pela doença
Em 2023, 17,1% da população brasileira apresenta índice de massa corporal (IMC) igual ou maior que 30 kg/cm², o que configura obesidade. Atualmente, mais da metade da população brasileira (56,8%) está com excesso de peso, uma soma de pessoas com sobrepeso e com obesidade, indica números colhidos pelo Covitel 2023 (Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas Não Transmissíveis em Tempos de Pandemia).
Constante tendência nos lares brasileiros, a obesidade se trata como uma doença crônica capaz de comprometer a qualidade de vida e está relacionada a diversas outras doenças como hipertensão, diabetes e específicos casos de câncer.