Entenda o caso de bebê que teve 8 embriões removidos do abdômen

Condição acontece uma vez a cada 500.000 nascimentos

07/11/2022 09:02

Médicos na Índia removeram oito embriões do estômago de um bebê de apenas 21 dias. O caso, conhecido como gêmeo parasita ou fetus in fetu, é raro. Caracteriza-se quando há malformações de um ou mais fetos vertebrados dentro da cavidade abdminal do irmão.

A descoberta foi feita após os pais da criança notarem um inchaço na barriga dela. A menina foi submetida a exames que mostraram os fetos.

 Bebê passou por cirurgia para a remoções de 8 embriões de dentro do seu abdômen
 Bebê passou por cirurgia para a remoções de 8 embriões de dentro do seu abdômen - Leandro Santiago/istock

A cirurgia durou cerca de 90 minutos e a criança se recupera bem, de acordo com a mídia local.

Os médicos acreditam que este caso, que aconteceu na cidade de Ranchi, em Jharkhand, pode representar o maior número de embriões já encontrados em um recém-nascido.

Como ocorre a formação de gêmeo parasita?

A formação de gêmeo parasita é muito rara. Estima-se que ocorra em 1 caso a cada 500.000 nascimentos. No mundo todo, há o registro de apenas 200 ocorrências, com a primeira sendo relatada no British Medical Journal em 1808.

No entanto, os casos, no passado, eram classificados como um tipo de teratoma, um tumor incomum que pode conter cabelo, músculo e osso. (Veja aqui um caso)

A condição de gêmeo parasita ocorre em gêmeos idênticos, onde um se forma dentro do outro. Isso acontece a partir da separação incompleta de gêmeos, porém, os médicos não sabem explicar exatamente o motivo.

Condição acontece a partir da separação incompleta de gêmeos
Condição acontece a partir da separação incompleta de gêmeos - BorupFoto/istock

Alguns teorizaram que o feto saudável conecta-se à mãe através da placenta, enquanto o outro se prende aos vasos sanguíneos do gêmeo, tornando-se um parasita, pois usa o suprimento de sangue do gêmeo hospedeiro para sobreviver.

A maior parte dos gêmeos parasitas apresenta anencefalia, ou seja, tem uma malformação do sistema nervoso central em que há ausência parcial do cérebro e da calota craniana. No entanto, eles podem ter membros e a coluna vertebral.

À medida que o gêmeo maior cresce, o menor tem seu crescimento interrompido e é absorvido pelo abdômen do irmão.

Outros cientistas sugerem que isso acontece como resultado da divisão celular tardia.

O desenvolvimento do gêmeo parasita pode ser identificado ainda durante a gestação por meio de ultrassonografia ou após o nascimento, tanto por meio de exames de imagens como também pelo desenvolvimento de estruturas que são projetadas para fora do corpo do bebê.