Bebidas não alcoólicas que contribuem para gordura no fígado
Se a condição for ignorada, pode progredir para estágios mais avançados, como a esteato-hepatite não alcoólica, cirrose hepática e até câncer
Um estudo publicado na revista Clinical Nutrition destacou que bebidas não alcoólicas, muitas vezes vistas como alternativas mais saudáveis às bebidas alcoólicas, podem contribuir significativamente para o acúmulo de gordura no fígado.
O estudo comparou alguns grupos de bebidas consumidas com frequência pela população para entender como elas agiam no avanço e prevenção do fígado gorduroso.
Descobertas sobre a influência das bebidas no fígado
A pesquisa revelou que o consumo regular de refrigerantes adoçados e outras bebidas açucaradas está associado a um aumento do risco de esteatose hepática não alcoólica. A condição ocorre quando o fígado acumula gordura em excesso.
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As bebidas sem álcool, como refrigerantes, sucos de frutas industrializados e bebidas energéticas, muitas vezes contêm altos níveis de açúcar adicionado.
O consumo excessivo dessas bebidas pode levar a um aumento da resistência à insulina e ao acúmulo de gordura no fígado, aumentando assim o risco de desenvolver esteatose hepática não alcoólica.
Além disso, essas bebidas geralmente carecem de nutrientes essenciais, o que pode agravar ainda mais os problemas de saúde relacionados ao fígado.
Por outro lado, o estudo apontou que o café e o chá têm efeito inverso ao das bebidas açucaradas. Segundo os resultados, eles diminuem o risco desses problemas no fígado sem efeitos adversos significativos.
Mas é importante observar as bebidas que conquistaram esses resultados positivos não tiveram adição de açúcar, mel ou qualquer tipo de adoçante.
Outras evidências
Uma investigação de 2019, publicada JAMA, já havia sugerido que limitar alimentos e bebidas açucaradas pode ser uma estratégia contra a obesidade e gordura no fígado.
No estudo, os pesquisadores observaram que crianças com excesso de peso e doença hepática gordurosa reduziram drasticamente a quantidade de gordura e inflamação no fígado, cortando refrigerantes, sucos de frutas e alimentos com adição de açúcar.
O estudo durou apenas oito semanas, mas foi suficiente para uma mudança notável na saúde do órgão. De acordo com os pesquisadores, essas crianças tiveram uma redução de 31% na gordura hepática, em média.
Quais as consequências da gordura no fígado?
As consequências da gordura no fígado são diversas e podem ter um impacto significativo na saúde geral.
Primeiramente, a doença hepática gordurosa aumenta o risco de desenvolver diabetes tipo 2 e doenças cardíacas. Essas condições estão intimamente relacionadas à presença de gordura no fígado e podem surgir como resultado do seu acúmulo excessivo.
Além disso, a gordura hepática pode progredir para uma condição mais grave, conhecida como esteatose hepática não alcoólica. Essa condição é uma das principais causas de câncer de fígado, cirrose e transplantes de fígado.
Portanto, a presença de gordura no fígado não deve ser subestimada, pois pode ter consequências sérias e potencialmente fatais se não for tratada adequadamente.
O problema é que a doença hepática gordurosa geralmente apresenta poucos sintomas e muitas pessoas que a apresentam não sabem disso.
Quais os sintomas de fígado gorduroso?
- Fadiga e fraqueza frequentes
- Desconforto ou dor no abdômen, especialmente no lado direito
- Inchaço abdominal
- Perda de apetite
- Perda de peso não intencional
- Fígado aumentado (hepatomegalia), podendo ser detectado durante um exame físico
- Fácil contusão e sangramento
- Confusão mental ou dificuldade de concentração
- Pele e olhos amarelados (icterícia), em casos mais avançados
- Acúmulo de líquido nas pernas (edema)
O que causa gordura no fígado?
Além de alimentos e bebidas açucaradas, uma série de fatores contribuem para o acúmulo de gordura no fígado.
O consumo excessivo de álcool é uma das principais causas de esteatose hepática alcoólica.
Outros fatores, como obesidade, resistência à insulina, diabetes tipo 2 e certos medicamentos, também podem contribuir para o desenvolvimento da condição.
Portanto, é importante adotar um estilo de vida saudável, incluindo uma dieta equilibrada, exercícios físicos regulares e moderação no consumo de álcool, para prevenir o acúmulo de gordura no fígado e manter a saúde hepática.