A dieta vegetariana tem ganhado cada vez mais adeptos ao redor do mundo. Seja por questões de saúde, preocupações ambientais ou respeito aos animais, a opção por uma alimentação sem carne traz vários benefícios.
O Dia Mundial Sem Carne, celebrado nesta quinta-feira, dia 20 de março, é um convite para que a população reflita sobre seus hábitos alimentares e experimente novas receitas.
Não só isso. É momento de debater sobre o sofrimento dos animais, além dos prejuízos ambientais e sociais da indústria dos produtos de origem animal.
Conheça os benefícios para a saúde ao adotar uma dieta vegetariana - iStock/Kiwis
A proposta desse movimento, que surgiu nos Estados Unidos em 1985, é justamente incentivar as pessoas a começarem uma dieta vegetariana. O dia 20 de março também marca o início de uma nova estação climática, ou seja, um símbolo de renovação, o momento ideal para recomeçar.
Mas por onde começar?
Para quem deseja eliminar a carne da alimentação diária, começar de forma gradual pode ser uma boa estratégia.
Em entrevista à Catraca Livre, a nutricionista Amanda Figueiredo, formada pela USP e pós-graduada em Saúde da Mulher e Reprodução Humana pela PUC, trouxe algumas recomendações importantes.
Segundo a especialista, uma dieta vegetariana pode ser saudável e vantajosa para o organismo, mas isso depende dela ser cuidadosamente planejada e equilibrada.
“Isso inclui legumes, grãos, frutas, fontes vegetais de proteína (como leguminosas, tofu, tempeh e quinoa), além de garantir uma ingestão apropriada de ferro, cálcio, vitamina B12, ácidos graxos ômega-3 e vitamina D“, explica.
Ou seja, para garantir que todos os nutrientes essenciais sejam consumidos de maneira adequada, é fundamental substituir as proteínas animais por outras alternativas e ficar de olho nas possíveis deficiências de nutrientes.
“Alguns nutrientes, frequentemente encontrados em fontes de origem animal, podem ser mais difíceis de obter em uma dieta exclusivamente vegetariana. Portanto, é recomendado realizar exames periódicos para monitorar os níveis desses nutrientes no organismo e tomar medidas corretivas, como incluir alimentos fortificados ou considerar o uso de suplementos, sempre com a orientação de um nutricionista”, pontua a especialista.
Conheça os principais formatos do vegetarianismo e escolha um para seguir - iStock/LightFieldStudios
Diferentes formatos do vegetarianismo
O vegetarianismo é uma escolha alimentar que exclui carnes, mas pode incluir outros produtos de origem animal, dependendo do tipo adotado. Existem diferentes formas de vegetarianismo, são elas:
Ovolactovegetarianismo: não ingere nenhum tipo de carne (frango, carne vermelha, peixe ou frutos do mar), mas inclui ovos, leite e laticínios.
Lactovegetarianismo: não inclui nenhum tipo de carne, mas toma leite e consome outros laticínios.
Ovovegetarianismo: não consome nenhum tipo de carne, mas inclui ovos.
Vegetarianismo estrito: alimentação que não inclui nenhum produto de origem animal, incluindo carnes, laticínios e ovos.
Flexitarianismo: propõe a redução do consumo de alimentos de origem animal, priorizando os vegetais, as frutas e os grãos na rotina alimentar. A ideia é substituir alimentos aos poucos e praticar refeições sem carne, leite, ovos e derivados alguns dias da semana.
Veganismo: vai além da alimentação e trata-se de um movimento que busca eliminar qualquer forma de exploração animal. Isso inclui evitar o consumo de roupas, cosméticos e outros produtos que contenham ingredientes de origem animal ou que tenham sido testados em animais. Na prática, toda pessoa vegana segue uma alimentação estritamente vegetariana, mas nem todo vegetariano é vegano.
Dieta vegana é diferente da alimentação vegetariana - iStock/Anna_Shepulova
Quais são os benefícios de adotar uma dieta vegetariana?
Uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) aponta que cerca de 30 milhões de brasileiros (14%) se consideram vegetarianos.
Muito se fala sobre os riscos de deficiências nutricionais ao eliminar ou reduzir o consumo de carne, mas é importante repercutir que essa decisão também pode contribuir para a prevenção de diversas doenças. Ainda segundo a nutricionista, a dieta vegetariana ajuda na:
melhora da microbiota intestinal, pois uma alimentação baseada em vegetais pode favorecer bactérias benéficas;
redução dos níveis de colesterol, isso devido ao aumento de fibras e redução de gorduras saturadas e trans;
prevenção e controle do diabetes, já que dietas ricas em vegetais e fibras têm sido associadas ao controle de glicemia e à prevenção do diabetes tipo 2;
melhora o funcionamento do sistema digestivo e pode auxiliar no controle de peso com a maior ingestão de alimentos ricos em fibras, como legumes e verduras;
melhora da saúde mental.
Novamente, vale destacar que uma dieta vegetariana equilibrada é fundamental para garantir esses benefícios. Se mal planejada, pode resultar em problemas de saúde. Por isso é importante consultar um profissional de nutrição.
“Para garantir que todos os nutrientes essenciais sejam consumidos de maneira adequada, é fundamental que os vegetarianos incluam uma variedade de alimentos em sua dieta“, destaca Amanda.
Conte com a ajuda de uma nutricionista para adotar a dieta vegetariana - iStock/undefined undefined
Dados da Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB) mostram que 46% dos brasileiros já não comem carne pelo menos um dia na semana, sendo uma decisão por vontade própria.
E os benefícios vão além da saúde. A produção de carne tem um alto impacto ambiental, demandando grandes quantidades de água e gerando emissões significativas de gases do efeito estufa.
Portanto, optar por uma alimentação baseada em vegetais pode reduzir a pegada ecológica individual, contribuindo para a preservação de recursos naturais e a redução do desmatamento.
Deixar de consumir carne também é uma forma de se posicionar contra uma realidade cruel. Isso porque a pecuária industrial impõe muito sofrimento aos animais.
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