Blefarite: conheça o desconforto nos olhos que afeta mais as mulheres e como evitar
Levantamento mostra que o uso incorreto de maquiagem somado à oleosidade da pele faz a condição ser 40% maior entre elas
No verão, uma das mais frequentes condições que causa desconforto nos olhos é a blefarite, inflamação crônica das pálpebras.

De acordo com o oftalmologista, Leôncio Queiroz Neto, diretor executivo do Instituto Penido Burnier, quanto antes for iniciado o tratamento menor é o risco para a saúde ocular.
Mas, afinal, o que é a blefarite?
“Mais frequente a partir dos 40 anos, a condição é multifatorial e piora no verão”, pontua Queiroz Neto.
Isso porque, o calor aumenta a oleosidade da pele, e a camada oleosa da lágrima produzida pelas glândulas de Meibomio, localizadas na borda das pálpebras.
Essas alterações obstruem as glândulas de Meibômio, causando inchaço e vermelhidão nas pálpebras, produção excessiva de lágrimas, visão embaçada, maior sensibilidade à luz e, em alguns casos, o surgimento de crostas secas nas bordas das pálpebras, semelhantes à caspa.
Um levantamento realizado nos últimos seis meses nos prontuários de 230 pacientes do hospital mostra que a blefarite ocorre em todas as idades, mas é 40% maior entre mulheres. “As mulheres têm mais blefarite pelo uso incorreto de maquiagem”, afirma o oftalmo.
Cuidados com maquiagens para prevenir a inflamação
Os principais cuidados mencionados pelo oftalmologista são:
- remova completamente a make antes de ir dormir;
- sempre lave os pincéis e esponjas após o uso;
- mantenha os produtos em locais limpos e secos;
- nunca use lápis nas bordas internas das pálpebras;
- descarte todo produto com cor ou cheiro alterado, mesmo que não esteja vencido;
- nunca compartilhe maquiagem com amigas. Isso porque, cada pessoa tem uma flora bacteriana na pele.
O que fazer ao notar sintomas da condição?
Caso ocorram sintomas, que frequentemente são confundidos com conjuntivite, é necessário marcar imediatamente uma consulta oftalmológica, interromper o uso de maquiagem e das lentes de contato.
Queiroz Neto afirma que pode ocorrer simultaneamente blefarite e conjuntivite. Os tratamentos são distintos e o uso de medicação imprópria pode diminuir a capacidade de enxergar pela formação de lesões na córnea, lente externa do olho.
A blefarite é insidiosa e pode parecer um mal menor quando surge. A maioria das pessoas não dá importância e é por isso que se torna um desconforto crônico que tem períodos de melhora, mas sempre volta.
O diagnóstico é feito em uma consulta de rotina. Inclui exame de refração, avaliação do tempo de ruptura da lágrima, mais dois exames totalmente automatizados que avaliam a glândula de Meibômio e as camadas da lágrima.
Tratamento
Aplicações de luz pulsada sob a supervisão do oftalmologista melhoram simultaneamente o olho seco, a blefarite e podem também eliminar a rosácea, uma inflamação na pele que frequentemente surge associada à blefarite.
“O tratamento é indolor, aquece a região dos olhos e amolece a secreção sebácea que é eliminada manualmente no final da sessão”, salienta.
Como prevenir?
Queiroz Neto destaca alguns passos para impedir as recidivas de blefarite, são eles:
- interrompa o uso de maquiagem nos olhos ao primeiro desconforto;
- limpe a pálpebra 3 vezes ao dia com solução indicada para blefarite;
- aplique nas pálpebras 2 a 3 compressas mornas feitas com água filtrada diariamente;
- massageie a pálpebra com movimentos circulares e horizontais duas vezes por semana;
- inclua nozes e semente de linha na alimentação. Confira mais benefícios das nozes clicando aqui.