Pesquisadores da Universidade Médica de Ningxia, na China, descobriram que alguns consumidores de café ou chá estão reduzindo o risco de demência.

Mas o estudo observacional descobriu que o benefício era mais provável para pessoas com pressão alta, que bebiam um certo número de xícaras por dia. O tipo de café que bebiam também parecia importar.

O estudo foi publicado na Scientific Reports e analisou dados de saúde de mais de 450.000 pessoas, que foram acompanhadas por uma média de 15 anos.

Aproximadamente metade foi diagnosticada com pressão alta (hipertensão).

O que o estudo observou?

Pessoas com pressão alta que disseram consumir de meia a uma xícara de café por dia tiveram o menor risco de desenvolver qualquer forma de demência, em comparação com aqueles com maior risco, que bebiam seis ou mais xícaras por dia.

 Enquanto isso, as pessoas com hipertensão, que tomavam de quatro a cinco xícaras de chá por dia, tinham o menor risco de desenvolver demência por todas as causas, em comparação com aqueles com maior risco, que não bebiam chá.

A motivação dos pesquisadores para avaliar somente pessoas com pressão alta se deu porque acredita-se que a condição acelera o envelhecimento cognitivo e aumenta o risco de demência.

Ao gerenciar fatores de risco modificáveis, como hipertensão, alguns cientistas estimam que os casos de demência podem ser reduzidos em até 45%.

Tipo de café importa

Os resultados recentes mostram que o tipo de café faz diferença. O café moído, em comparação ao café descafeinado, por exemplo, foi associado ao menor risco de demência por todas as causas.

 A razão provável para isso é que diferentes tipos de café têm diferentes níveis de cafeína, com o café moído tendo o maior teor de cafeína, o café instantâneo o segundo maior e o café descafeinado o menor.

Alguns estudos com células e animais descobriram que bebidas com cafeína podem diminuir o risco de hipertensão, reduzir a inflamação e manter a barreira hematoencefálica, que mantém o sistema nervoso central protegido de toxinas e patógenos.

A pesquisa se baseia apenas em uma correlação, então mais estudos são necessários para investigar os potenciais efeitos do café ou do chá no cérebro, sejam eles bons ou ruins.