Câncer de intestino: alimentos que contribuem para aumento do risco da doença

A relação mais forte entre a doença e alimentos ultraprocessados vem da carne, como presunto, salsicha e bacon

21/09/2024 07:31

Um novo estudo liderado por pesquisadores da Universidade Tufts nos Estados Unidos, encontrou mais evidências de que o alto consumo de alimentos ultraprocessados ​​aumenta o risco de câncer de intestino (colorretal) em homens.

De acordo com os pesquisadores, aqueles que consumiam altas taxas de alimentos ultraprocessados – mais de nove porções por dia, em média – ​​tinham um risco 29% maior de desenvolver câncer colorretal do que homens que consumiam quantidades muito menores. Eles não encontraram a mesma associação em mulheres.

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Estudo conclui que comida ultraprocessada aumenta risco de câncer de intestino

Participantes acompanhados por 25 anos

O estudo analisou as respostas de 206.000 participantes – 159.907 mulheres e 46.341 homens – em três grandes estudos que avaliaram a ingestão alimentar e foram conduzidos ao longo de mais de 25 anos.

Cada participante recebeu um questionário de frequência alimentar a cada quatro anos e perguntou sobre a frequência de consumo de cerca de 130 alimentos.

Dos 206.000 participantes, a equipe de pesquisa documentou 1.294 casos de câncer colorretal entre homens e 1.922 casos entre mulheres.

O perigo está na carne

A equipe descobriu que a associação mais forte entre câncer colorretal e alimentos ultraprocessados ​​entre os homens vem da carne, aves ou produtos prontos para o consumo à base de peixe.

Presunto, hambúrguer, salsicha e bacon são exemplos de alimentos ultraprocessados
Presunto, hambúrguer, salsicha e bacon são exemplos de alimentos ultraprocessados - wundervisuals/istock

“As carnes processadas, a maioria das quais se enquadram na categoria de alimentos ultraprocessados, são um forte fator de risco para o câncer colorretal. Alimentos ultraprocessados ​​também são ricos em açúcares adicionados e pobres em fibras, o que contribui para o ganho de peso e a obesidade, e a obesidade é um fator de risco estabelecido para o câncer colorretal”, explicou Lu Wang, principal autora do estudo.

“Esses produtos incluem algumas carnes processadas como salsichas, bacon, presunto e bolinhos de peixe. Isso é consistente com nossa hipótese”, disse Wang.

A equipe também descobriu que o maior consumo de bebidas açucaradas, como refrigerantes, bebidas à base de frutas e bebidas açucaradas à base de leite, está associado a um risco aumentado de câncer de intestino em homens.

Refrigerantes também foram associados a risco maior de câncer de intestino
Refrigerantes também foram associados a risco maior de câncer de intestino - Nitiphonphat/istock

No entanto, nem todos os alimentos ultraprocessados ​​são igualmente prejudiciais no que diz respeito ao risco de câncer colorretal.

“Encontramos uma associação inversa entre laticínios ultraprocessados, como iogurte, e o risco de câncer colorretal entre as mulheres”, disse a coautora do estudo e epidemiologista de câncer, Fang Fang Zhang.

E o que é afinal um alimento ultraprocessado?

O termo se refere à classificação de alimentos pela quantidade de processamento industrial que passaram. Os alimentos ultraprocessados, muitas vezes têm uma infinidade de ingredientes em sua composição, incluindo conservantes, edulcorantes ou intensificadores de cor.

Geralmente, os produtos desta categoria são ricos em gordura de má qualidade, adição de açúcar e sal, além de baixa densidade de vitaminas e fibras, e são economicamente rentáveis para a indústria.

Nesta categoria estão além da carne processada, como salsichas e hambúrgueres; cereais matinais ou barras de cereal; sopas instantânea; bebidas açucaradas; nuggets de frango; bolo; chocolate; sorvete; pão produzido em larga escala; shakes e refeições prontas, como torta e pizza.

Esse não é o primeiro estudo que enxerga problemas em alimentos processados. O número de pesquisas que ligam essas comidas a efeitos nocivos na saúde é crescente. Já foi descoberto no passado que o consumo de alimentos altamente processados está ligado a riscos mais altos de obesidade, pressão alta, colesterol alto e câncer.