Câncer testicular: sintomas, diagnóstico e tratamento
Esse tipo de câncer é frequentemente descoberto no autoexame. Existem sinais e sintomas comuns que você deve procurar e relatar ao médico
O câncer testicular é uma condição em que células malignas se desenvolvem nos testículos, os órgãos reprodutivos masculinos responsáveis pela produção de esperma e testosterona.
De acordo com o Atlas de Mortalidade do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de testículo foi responsável por mais de 3,7 mil mortes no Brasil entre 2012 e 2021.
Embora seja relativamente raro em comparação com outros tipos de câncer, esse é mais comum entre homens jovens, geralmente entre 15 e 35 anos.
Anatomia e tipos de câncer testicular
Os testículos fazem parte do sistema reprodutor masculino que produz hormônios masculinos e produz espermatozoides para fertilização.
O câncer testicular ocorre mais comumente nos próprios testículos.
Os tumores de células germinativas chamados seminomas e não-seminomas compreendem 90% dos cânceres testiculares.
Os seminomas são compostos de dois tipos: seminoma clássico e seminoma espermatocítico.
Os principais não-seminomas são carcinoma embrionário, teratoma, coriocarcinoma e carcinoma do saco vitelino.
Os tumores mistos de células germinativas são constituídos por seminomas e não-seminomas. No entanto, o câncer que começou e se espalhou de algum outro lugar do corpo para o testículo é incomum.
Outros tumores menos comuns do testículo incluem tumores estromais e linfoma.
Fatores de risco para câncer testicular
Existem vários fatores de risco para o desenvolvimento de câncer testicular.
O risco aumenta nos homens com idades entre os 15 e os 45 anos e é mais elevado em pessoas brancas, principalmente de ascendência ocidental ou do norte da Europa.
Uma história familiar de câncer testicular em parentes de primeiro grau do sexo masculino aumenta o risco de ter câncer testicular em 6 a 10 vezes.
Trauma prévio no testículo ou história de câncer no testículo oposto também pode predispor o homem ao câncer testicular.
Uma história de criptorquidismo – um testículo que não desceu – pode aumentar a chance de câncer em 2 a 4 vezes.
Além disso, infecções virais como o papilomavírus humano (HPV) ou o vírus da imunodeficiência humana (HIV) também aumentam o risco.
Sinais e sintomas de câncer testicular
- Um caroço indolor no testículo (sintoma mais comum)
- Dor testicular persistente ou sensação de peso
- Dor na pélvis ou na virilha
- Inchaço incomum do testículo
- Crescimento anormal da mama masculina, resultado de desequilíbrio hormonal
A maioria dos homens detecta o câncer de testículos fazendo um autoexame ou durante um exame médico. É essencial relatar quaisquer sintomas novos ou preocupantes a um médico o mais rápido possível.
Diagnóstico do câncer testicular
Um médico fará um exame físico. Uma ultrassonografia testicular pode confirmar o diagnóstico.
Há uma grande probabilidade de câncer se mostrar uma massa sólida. O médico encaminhará o paciente a um urologista.
Além disso, eles podem solicitar uma tomografia computadorizada (TC) do abdômen e da pelve e uma radiografia de tórax.
Uma tomografia computadorizada de tórax e uma PET scan podem ser solicitadas se os exames indicarem que o câncer se espalhou. A área de disseminação pode precisar de uma biópsia.
Não se recomenda fazer biópsia da própria massa testicular devido ao risco de propagação das células cancerígenas.
Portanto, o tratamento inicial mais comum é um procedimento cirúrgico para remoção do testículo. Posteriormente, os resultados da patologia definem o tipo de câncer.
Tratamento do câncer testicular
O tratamento do câncer testicular envolve uma variedade de abordagens terapêuticas, que levam em conta fatores como o estágio da doença, a saúde geral do paciente e suas preferências individuais.
Em estágios iniciais, a abordagem principal geralmente é a cirurgia, onde ocorre a remoção do testículo afetado.
Posteriormente, a análise patológica do tecido removido ajuda a determinar a extensão da doença e orienta o próximo passo no tratamento.
Após a cirurgia, pode ser necessário realizar tratamentos complementares, como quimioterapia e/ou radioterapia, para eliminar possíveis células cancerosas remanescentes e prevenir a recorrência.
Essas terapias ocorrem frequentemente em ciclos, com intervalos de descanso entre eles, para minimizar os efeitos colaterais e permitir a recuperação do paciente.
Em casos metastáticos, onde o câncer se espalhou para além dos testículos, opções terapêuticas mais agressivas, como a quimioterapia de alta dose, podem ser necessárias.
Além disso, terapias mais recentes, como a terapia direcionada e a imunoterapia, podem fazer parte do arsenal terapêutico contra o câncer testicular, especialmente em casos refratários a tratamentos convencionais.