Casal de lésbicas divide gestação em procedimento inédito
Gestação conjunta só foi possível graças a uma técnica nova de fertilização in vitro
As americanas Ashleigh e Bliss Coulter conseguiram um feito médico histórico depois de ambas conseguirem carregar em suas barrigas o mesmo bebê durante a gestação. Para isso, o casal de lésbicas, que vive no norte do Texas, nos Estados Unidos, foi submetido a um revolucionário tratamento de fertilidade in vitro.
No procedimento, os óvulos foram retirados de Bliss, 36, e fertilizados no laboratório com esperma de um doador. Depois, o embrião foi introduzido nela, que agiu como uma incubadora durante os primeiros cinco dias, usando um dispositivo de plástico.
Só então, o embrião foi retirado da primeira mãe e introduzido no útero de Ashleigh, 28, que o carregou até o fim da gestação.
- Técnica contra infertilidade transforma células da pele em óvulos
- Inseminação artificial caseira se populariza no País; veja riscos
- CFM já permite reprodução com material de casal do sexo masculino
- Bebê surpreende médicos ao nascer junto com DIU da mãe
O bebê, chamado Stetson, nasceu saudável. “Ninguém sabia que era possível, mas funcionou magnificamente”, contou Bliss.
O método de fertilização in vitro chamado fração recíproca sem esforço, atualmente é oferecido apenas pela médica Kathy Doody, especialista em fertilidade há 29 anos, responsável pelo procedimento em Bliss e Ashleigh.
O método envolve a fertilização de um óvulo com o esperma de um doador em um dispositivo chamado cápsula INVOcell.
Feita de poliestireno, essa cápsula pode guardar o espermatozoide e o óvulo, e ser inserida na vagina em condições perfeitas para a fertilização, com temperatura, níveis de dióxido de carbono e ambiente ideais. Comparada à fertilização convencional, essa técnica envolve mais riscos de perder o bebê.
Normalmente, esse método de fertilização envolve a mesma mulher doando seus óvulos e depois carregando o embrião. O caso de Bliss e Ashleigh é inédito porque os óvulos e embrião vieram de uma mãe e foram colocados na outra. “O que torna isso tão especial é que é a primeira vez que duas mulheres carregam a gravidez de seu filho juntas”, disse a médica Doody ao Daily Mail.