Celular e pressão alta podem ter relação segundo estudo; entenda

Pesquisadores recomendam minimizar o uso do aparelho, mas enfatizam que mais estudos são necessários

05/05/2023 13:20

Uma nova pesquisa sugere que evitar o celular pode fazer bem para a saúde. Segundo o estudo, falar ao telefone por apenas meia hora por semana está associado a um maior risco de pressão alta.

A conclusão é de pesquisadores da Southern Medical University, na China, que analisou 200.000 adultos do Reino Unido durante 12 anos. Eles coletaram informações sobre o uso do celular por meio de um questionário.

Pesquisa descobre relação entre uso do celular e pressão alta
Pesquisa descobre relação entre uso do celular e pressão alta - dramalens/istock

As perguntas aos participantes incluíam há quantos anos eles usavam o celular e quantas horas por semana passavam nele.

Ao longo do período de acompanhamento, os pesquisadores descobriram que as pessoas que falavam em seus celulares por 30 minutos ou mais por semana tinham uma probabilidade 12% maior de desenvolver pressão alta do que aquelas que passavam menos tempo em chamadas telefônicas.

Isso equivale a ficar ao telefone por apenas quatro minutos e 17 segundos por dia.

O resultado foi publicado no European Heart Journal – Digital Health.

Analisando os resultados com mais detalhes, eles descobriram que as pessoas que passavam mais de seis horas ao telefone por semana tinham um risco 25% maior de pressão alta. Isso em comparação com aquelas que passavam menos de cinco minutos fazendo ou recebendo ligações.

O número de anos que os participantes usaram o telefone celular, ou se eles usaram um dispositivo viva-voz, não pareceu fazer diferença no nível de risco.

“Nossas descobertas sugerem que falar ao celular pode não afetar o risco de desenvolver pressão alta, desde que o tempo de ligação semanal seja abaixo de meia hora”, disse Xianhui Qin, um dos autores do estudo.

E qual a explicação?

Acredita-se que os campos eletromagnéticos emitidos pelos telefones estejam por trás desse fenômeno, que também tem sido associado a tumores cerebrais.

Os pesquisadores explicaram que os celulares emitem baixos níveis de energia de radiofrequência, que estudos associaram ao aumento da pressão arterial após exposição de curto prazo.

Segundo os cientistas, os resultados de estudos anteriores sobre o uso de telefones celulares e a pressão arterial foram inconsistentes. Isso possivelmente porque incluíram o tempo gasto atendendo chamadas, mensagens de texto e jogos.

Os autores do estudo defendem que a descoberta levanta questões importantes sobre a segurança do celular para fazer ou receber chamadas, especialmente para usuários que fazem isso com muita frequência.

“Mais pesquisas são necessárias para replicar os resultados, mas até então, parece prudente minimizar as chamadas telefônicas para preservar a saúde do coração”, conclui Qin.