Ciência descobre como evitar que o câncer de próstata se espalhe

Pesquisadores revelam reação em cadeia genética que impulsiona a disseminação da doença

Novas pesquisas determinaram que um gene específico – MDA-9/Sytenin-1/SDCBP – é o líder por trás de um efeito dominó molecular que impulsiona o crescimento e a metástase do câncer de próstata.

As descobertas podem ter implicações clínicas significativas para o tratamento da doença.

O estudo – publicado no Proceedings of the National Academy of Sciences – teve como objetivo compreender o papel do gene MDA-9 no câncer de próstata e como esse gene se comunica com as células e tecidos circundantes.

Estudo descobre gene que ajuda o câncer de próstata se espalhar
Créditos: Getty Images/iStockphoto
Estudo descobre gene que ajuda o câncer de próstata se espalhar

A metástase óssea é comum em todos os tipos de câncer avançado, mas particularmente entre pacientes com tumores de próstata e de mama.

Uma vez que o câncer está nos ossos, ele deteriora drasticamente a saúde óssea, muitas vezes levando a fraturas, quebras e outras complicações potencialmente fatais.

Gene MDA-9

A pesquisa identificou que o gene MDA-9 – um gene que não é específico das células tumorais e é encontrado em todas as formas de tecido – é um dos principais contribuintes para a propagação do câncer.

Através deste novo estudo, os cientistas demonstraram pela primeira vez que o MDA-9 é em grande parte responsável por iniciar uma reação celular em cadeia que desencadeia a metástase do câncer de próstata e capacita as células tumorais a assumirem o controle do próprio osso.

Ao eliminar o MDA-9 nas células do câncer de próstata, os pesquisadores interromperam esse jogo genético de comunicação que leva ao crescimento do tumor e impediu a propagação da doença.

Os investigadores também observaram que a remoção do MDA-9 das células ósseas não afetou negativamente a saúde do tecido ósseo.

Neste estudo, a interação foi observada em células de câncer de próstata derivadas de animais, humanos e pacientes.

Mas os pesquisadores acreditam que essas descobertas terão implicações para uma variedade de tipos de tumores sólidos nos quais o MDA-9 também está presente. Isso inclui o câncer de cérebro, mama, melanoma, pulmão e pâncreas, entre outros.