Ciência descobre ligação entre ibuprofeno e saúde cerebral
Um grande estudo sugere que o uso prolongado de AINEs pode reduzir o risco de demência em 12%, reforçando a teoria de que a inflamação desempenha um papel
Um estudo de grande escala revelou que o uso prolongado de anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), como o ibuprofeno, pode estar associado a um menor risco de desenvolver demência. Publicada no Journal of the American Geriatrics Society, a pesquisa indica que os benefícios são observados em um uso sustentado, e não em altas doses.
AINEs e sua relação com a demência
A inflamação é um fator potencial no desenvolvimento da demência. Como os AINEs são conhecidos por suas propriedades anti-inflamatórias, cientistas especulam que esses medicamentos possam oferecer proteção contra o declínio cognitivo. O estudo acompanhou 11.745 adultos por uma média de 14,5 anos, dos quais 9.520 utilizaram AINEs e 2.091 foram diagnosticados com demência. Os resultados mostraram que o uso prolongado desses medicamentos esteve ligado a uma redução de 12% no risco de demência.
Principais AINEs e seus usos
Os AINEs são amplamente utilizados para aliviar dor, inflamação e febre. Entre os mais comuns estão:
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- Ibuprofeno (Advil, Alivium): indicado para dor e inflamação em condições como artrite e dores musculares.
- Naproxeno (Aleve, Naprosyn): tem efeito prolongado, usado para artrite e dores menstruais.
- Aspirina: reduz a dor e também o risco de ataques cardíacos.
- Celecoxib: um inibidor seletivo da COX-2, com menor risco de efeitos gastrointestinais.
- Diclofenaco (Voltaren, Cataflam): comum para dores musculoesqueléticas e artrite.
- Meloxicam: indicado para osteoartrite e artrite reumatoide.
- Indometacina: usado em condições inflamatórias severas, como gota.

Apesar dos possíveis benefícios, o uso prolongado dos AINEs deve ser feito com cautela, pois pode aumentar os riscos de problemas gastrointestinais, danos renais e cardiovasculares.
Próximos passos na pesquisa
Os cientistas reforçam que mais estudos são necessários para confirmar se os AINEs podem realmente ser incluídos como estratégia de prevenção contra a demência. Segundo o autor principal do estudo, M. Arfan Ikram, do Erasmus MC University Medical Center Rotterdam, na Holanda, os resultados oferecem um caminho promissor para futuras pesquisas e intervenções terapêuticas.
Manter um estilo de vida saudável, com alimentação balanceada, exercícios regulares e acompanhamento médico, continua sendo essencial para a saúde cerebral a longo prazo.