Ciência revela de que maneira o sono pode prevenir o diabetes
Pesquisa revela qual padrão de sono está associado a um risco aumentado de desenvolver diabetes tipo 2; entenda
Dormir regularmente pode ajudar a evitar diabetes tipo 2, sugere uma nova pesquisa conduzida por especialistas do Brigham and Women’s Hospital.
Os pesquisadores examinaram os padrões de sono de mais de 84.000 participantes do UK Biobank Study, todos com idade média de 62 anos. Inicialmente, nenhum deles tinha diabetes.
Eles usaram acelerômetros — dispositivos semelhantes a relógios — para monitorar os padrões de sono dos participantes por sete dias. Em seguida, os pesquisadores acompanharam esses indivíduos por mais de sete anos para observar o desenvolvimento do diabetes, utilizando principalmente registros médicos.
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Qual a relação do sono com o diabetes?
O estudo, publicado no Diabetes Care, revelou que os participantes com padrões de sono irregulares tinham uma chance 34% maior de desenvolver diabetes tipo 2.
Aqueles cuja duração do sono variava mais de 60 minutos por dia apresentaram um risco significativamente maior de desenvolver a doença.
Mesmo após ajustes para vários fatores de risco, como estilo de vida, comorbidades, histórico familiar de diabetes e obesidade, a associação entre sono irregular e diabetes permaneceu significativa.
Qual é a importância dessas descobertas?
“Nosso estudo identificou um fator de estilo de vida modificável que pode ajudar a reduzir o risco de desenvolver diabetes tipo 2”, afirmou a autora principal Sina Kianersi.
Com o diabetes tipo 2 afetando quase meio bilhão de pessoas globalmente e sendo uma das principais causas de morte e incapacidade, promover padrões regulares de sono pode ser uma estratégia importante na prevenção da doença.
A projeção é que o número de pessoas com diabetes tipo 2 mais que dobre até 2050, atingindo 1,3 bilhão de pessoas.
“Nossas descobertas têm o potencial de melhorar a prevenção do diabetes em vários níveis”, pontuou Kianersi.
Quais são as limitações e os próximos passos?
O estudo apresentou algumas limitações, como a coleta de certas informações até cinco anos antes do uso dos acelerômetros, o que pode ter afetado a precisão dos resultados.
Além disso, a avaliação da duração do sono foi baseada em apenas sete dias, o que pode não refletir os padrões de sono a longo prazo.
Os pesquisadores planejam expandir o estudo para incluir faixas etárias mais jovens e origens raciais mais diversas. Eles também estão interessados em explorar as razões biológicas pelas quais a irregularidade do sono aumenta o risco de diabetes, visando aprimorar os cuidados clínicos.