Cientistas descobrem tratamento inédito com ultrassom que alivia depressão profunda
O ultrassom focalizado é usado para acalmar com segurança regiões hiperativas do cérebro associadas à depressão e à ansiedade
Uma revolução silenciosa está acontecendo na área da saúde mental. Pesquisadores da Universidade do Texas em Austin (UT Austin) desenvolveram uma terapia inovadora com ondas sonoras que promete aliviar sintomas de depressão, ansiedade e TEPT (transtorno de estresse pós-traumático) — tudo isso sem cirurgia, medicamentos ou efeitos colaterais graves.
Como funciona a nova terapia de ultrassom cerebral?
O tratamento utiliza ultrassom focalizado de baixa intensidade para atingir com precisão a amígdala, uma área do cérebro conhecida por regular emoções e frequentemente hiperativa em pessoas com transtornos de humor e ansiedade.
A técnica é não invasiva, guiada por ressonância magnética, e permite modular diretamente a atividade cerebral, algo que antes só era possível por meio de cirurgias ou estimulação elétrica superficial.

Detalhes do estudo
No estudo clínico publicado na revista Molecular Psychiatry, 29 participantes diagnosticados com transtornos de humor foram tratados durante três semanas consecutivas com sessões diárias de ultrassom. Os resultados foram impressionantes:
- Redução imediata da atividade da amígdala
- Melhora significativa nos sintomas de depressão e ansiedade
- Diminuição dos sintomas de TEPT e sofrimento emocional geral
Segundo o autor principal do estudo, Gregory Fonzo, Ph.D., essa é a primeira vez que uma tecnologia modula diretamente regiões profundas do cérebro sem recorrer a métodos invasivos. E o melhor: sem efeitos adversos graves.
Uma nova era nos tratamentos de saúde mental
Essa tecnologia abre portas para um futuro promissor no tratamento psiquiátrico, especialmente para pessoas que não respondem bem aos tratamentos convencionais com medicamentos ou terapia cognitivo-comportamental. A técnica pode ser uma alternativa segura e eficaz para milhões de pessoas ao redor do mundo.
Além disso, o fato de o tratamento ser indolor, não exigir internação ou anestesia e apresentar alta tolerância entre os participantes é um indicativo de que a abordagem tem potencial para se tornar uma prática clínica comum no futuro.
A equipe de estudo planeja expandir os ensaios clínicos com um número maior de participantes. Se os resultados continuarem positivos, essa terapia poderá ser aprovada como uma opção oficial de tratamento para transtornos psiquiátricos complexos, mudando a forma como tratamos a saúde mental.