Comer esta fruta pode acabar piorando a dor da enxaqueca; você sabia?

Destaque na comunidade científica internacional, o estudo focou na relação entre o consumo de uma fruta e a enxaqueca

Por Caroline Vale em parceria com João Gabriel Braga (Médico - CRMGO 28223)
02/10/2024 23:02

Melancia e enxaqueca: estudo revela impacto na saúde
Melancia e enxaqueca: estudo revela impacto na saúde - AntonLozovoy/DepositPhotos

Uma pesquisa focou em descobrir o motivo pelo qual uma fruta pode desencadear dor de cabeça em quem tem enxaqueca.

O trabalho foi liderado por Silva Néto, pós-doutor em Ciências Farmacêuticas e professor da Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDpar).

O que piora a enxaqueca?

Segundo o estudo, existe uma relação entre o consumo da melancia e o aumento da dor em certas pessoas.

Os cientistas identificaram que a melancia é rica em citrolina, um aminoácido que se converte em arginina e depois em óxido nítrico no organismo.

Esse processo resulta na dilatação dos vasos sanguíneos, fator que, apesar de benéfico para hipertensos, revela-se prejudicial para quem sofre de enxaqueca, explicou Silva Néto.

Apesar dessa descoberta, a melancia é uma fonte rica de nutrientes, como licopeno e carotenoides. Eles são fundamentais para a prevenção de doenças e a saúde da pele e cabelos.

Melancia pode trazer diversos benefícios à saúde
Melancia pode trazer diversos benefícios à saúde - iStock/ASMR

Metodologia do estudo

O estudo dividiu os participantes em dois grupos: pessoas com enxaqueca e pessoas sem a condição. Todos eles tiveram que consumir melancia.

Após o teste, 29% dos indivíduos com enxaqueca experimentaram episódios de dor de cabeça, validando o propósito do estudo.

A pesquisa demorou mais de seis anos. O foco estava na análise do óxido nítrico e seu papel na fisiopatologia da enxaqueca.

Próximos passos

O estudo não apenas preenche uma lacuna significativa na literatura científica sobre a relação entre alimentação e enxaqueca, mas também abre caminho para novas pesquisas sobre como outros alimentos podem influenciar condições de saúde específicas.

Silva Néto e sua equipe receberam reconhecimento pela UFPI, com publicações nas revistas European Neurology e Postgraduate Medicine.