Como funciona o exame que detecta Alzheimer em 10 minutos?

Os resultados de um simples exame são promissores e podem ajudar a detectar a doença em casa ou no consultório médico

31/03/2024 10:28

Exame simples pode detectar Alzheimer em minutos
Exame simples pode detectar Alzheimer em minutos - PIKSEL/istock

Cientistas do Reino Unido desenvolveram um exame de sangue por picada no dedo que pode detectar as proteínas associadas ao Alzheimer em 10 minutos ou menos.

Os pesquisadores apresentaram os resultados na Alzheimer’s Association International Conference.

No futuro, espera-se que o novo teste também consiga detectar outros biomarcadores de saúde, como os de fertilidade feminina, alergias alimentares, diabetes e resistência antimicrobiana.

Exame necessita de uma amostra de sangue de apenas 0,01 ml
Exame necessita de uma amostra de sangue de apenas 0,01 ml - Clicknique/istock

Um dos diferenciais do novo exame é a capacidade de detectar nove biomarcadores diferentes associados à doença de Alzheimer.

Isso inclui cinco variantes da proteína tau e duas da proteína beta-amiloide, presentes em grandes quantidades no cérebro dos pacientes com a doença.

Medir os níveis dessas substâncias ajuda a prever o avanço da doença.

Como funciona o exame que detecta Alzheimer em minutos?

A tecnologia funciona com nanopartículas de ouro impressas em uma série de pontos sensores.

Essas nanopartículas em cada ponto se ligarem a uma proteína específica, e o conjunto pode detectar até 20 biomarcadores a partir de uma amostra de sangue de apenas 0,01 ml.

Em contraste, um exame de sangue hospitalar de rotina coleta uma amostra de 30ml.

Quando os pontos são iluminados por baixo enquanto o sangue flui sobre o conjunto, as nanopartículas espalham a luz com um padrão que indica a quantidade de biomarcadores que aderiram à superfície.

O aparelho pode ser utilizado em casa e deverá custar 300 euros, cerca de R$ 1.800.

O que é o Alzheimer?

O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa progressiva e incurável que afeta principalmente a memória, o pensamento e o comportamento de uma pessoa.

Essa condição é a forma mais comum de demência e geralmente se desenvolve lentamente ao longo do tempo, afetando inicialmente áreas do cérebro envolvidas na memória e no aprendizado.

À medida que a doença progride, pode interferir nas funções cotidianas, como a capacidade de realizar tarefas simples.

Quanto aos sintomas mais comuns de Alzheimer, no início, podem ser mínimos, no entanto, pioram conforme a doença causa mais danos ao cérebro.

Como é o diagnóstico de Alzheimer atualmente?

Atualmente, o diagnóstico do Alzheimer é feito com base em uma combinação de métodos clínicos, neuropsicológicos e de imagem.

Primeira mente, o médico realiza uma avaliação clínica detalhada, que inclui histórico médico completo, avaliação dos sintomas atuais, exame físico e neurológico.

Então, testes neuropsicológicos são conduzidos para avaliar funções cognitivas, como memória, linguagem, habilidades visuais-espaciais e funções executivas. Esses testes ajudam a detectar padrões específicos de comprometimento cognitivo.

Além disso, o médico pode solicitar exames de imagem, como ressonância magnética (RM) e tomografia por emissão de pósitrons (PET).

Esses exames podem ajudar a identificar mudanças no cérebro associadas ao Alzheimer. São exemplos: atrofia cerebral e acúmulo de placas de proteína beta-amiloide.

Também é possível fazer uma coleta e análise do Líquido Cerebrospinal (LCS), que pode revelar níveis anormais de certas proteínas, como beta-amiloide e tau, que estão associadas ao Alzheimer.

É importante descartar outras condições médicas que possam estar causando os sintomas, como deficiência de vitamina B12, hipotireoidismo ou depressão.

Quais os sintomas comuns de Alzheimer?

  • Problemas de memória, principalmente em lembrar informações recentemente aprendidas
  • Confusão em relação ao tempo ou lugar
  • Dificuldade em compreender imagens visuais e relações espaciais
  • Dificuldade em encontrar palavras certas para expressar pensamentos ou seguir uma conversa
  • Alterações de humor, como irritabilidade, ansiedade ou depressão
  • Perda de iniciativa e interesse em atividades anteriormente apreciadas
  • Dificuldade em julgar situações ou tomar decisões.