Entenda como a pandemia está criando superbactérias resistentes

Bactérias resistentes a antibióticos, também conhecidas como superbactérias, são uma ameaça global que preocupa entidades de saúde pública no mundo todo. A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) afirmou na última quarta-feira, 17, que o comportamento da população é um dos grandes responsáveis pelo surgimento desses patógenos.

Segundo a entidade, o problema aumentou ainda mais durante a pandemia com o uso indiscriminado de antibióticos e outros antimicrobianos, que estão ajudando as bactérias a desenvolverem uma resistência que tornará estes remédios ineficazes no longo prazo.

A azitromicina, por exemplo, um antibiótico que foi amplamente utilizado no chamado “Kit Covid”, teve um aumento de 105% nas vendas, mesmo não tendo qualquer comprovação científica de que prevenisse a doença causada pelo novo coronavírus.

• Estudo aponta relação do autismo com cordão umbilical
• Onde explorar a riquíssima gastronomia portuguesa em Lisboa?
• Mais do que tempero, alecrim é eficiente para memória e muito mais
• Autismo: saiba motivo que leva ao aumento expressivo de casos da doença

Atualmente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que aproximadamente 700 mil pessoas morram todos os anos de infecções não tratáveis, causadas por superbactérias. Ainda de acordo com o órgão, em 2050, o número de mortes causadas por infecções resistentes a antibacterianos irá superar os óbitos causados por câncer.

O que é resistência antimicrobiana?

A resistência antimicrobiana (AMR) ocorre quando bactérias, vírus, fungos e parasitas mudam com o tempo e não respondem mais aos medicamentos, tornando as infecções mais difíceis de tratar e aumentando o risco de propagação de doenças, doenças graves e morte.

Como resultado da resistência aos medicamentos, os antibióticos e outros medicamentos antimicrobianos tornam-se ineficazes e as infecções tornam-se cada vez mais difíceis ou impossíveis de tratar.

Segundo a OMS, novos antibacterianos são urgentemente necessários. No entanto, segundo a entidade, se as pessoas não mudarem a forma como os antibióticos são usados ​​agora, esses novos antibióticos terão o mesmo destino que os atuais e se tornarão ineficazes.

Ações para evitar o surgimento de superbactérias

Segundo a OMS, o problema é complexo e requer uma abordagem multissetorial, com programas, políticas, legislação e pesquisas. Porém, certas ações individuais podem ajuda a frear o aparecimento e a disseminação de germes resistentes a antimicrobianos, tais como:

• Use apenas antibióticos apenas quando prescritos por um profissional de saúde certificado
• Complete o curso completo de tratamento, mesmo se você se sentir melhor
• Não compartilhar sobras de antibióticos com outras pessoas
• Nunca exija antibióticos se o seu médico disser que você não precisa deles
• Lave as mãos frequentemente com água e sabão ou use um desinfetante para as mãos à base de álcool