Complicações da covid-19 deixam mãos e pés de bebê azulados
Síndrome rara ainda acelerou os batimentos da criança, que precisou ficar internada na UTI
Uma menina de apenas 5 meses de idade foi parar no hospital, em Ohio, nos EUA, depois de ficar com as mãos e os pés azulados. Ela tinha se recuperado recentemente da covid-19 e, segundos os médicos que a atenderam, essa foi uma complicação rara da doença, que tem sido cada vez mais reportada entre crianças: a Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P).
Segundo a mãe da pequena Madelyn Grant, a menina passou mal quando estava na creche. “Fui buscá-la e percebi que ela estava respirando com dificuldade. Foi absolutamente assustador”, contou Lauren Grant ao jornal “The Sun”.
Além das manchas azuladas nos membros, o coração da pequena Madelyn Grant estava inflamado. Segundo os médicos, os batimentos cardíacos estavam acelerados ao dobro da taxa de uma criança saudável de cinco meses. Por conta disso, a menina precisou ficar internada na UTI.
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De acordo a especialista em doenças infecciosas Heather Daniels, que atendeu a menina no Cleveland Clinic Children’s Hospital, a condição pode afetar diferentes partes do corpo, incluindo coração, pulmões, rins, cérebro, pele, olhos ou órgãos gastrointestinais.
“Grande parte da reação do corpo à infecção anterior faz com que ela se intensifique e cause muita inflamação”, explicou a médica.
Madelyn recebeu esteroides e uma terapia com anticorpos para reduzir a inflamação e apresentou melhora depois de 24 horas. De acordo com o “The Sun”, a bebê deixou o hospital após 10 dias e agora está se recuperando em casa.
Síndrome inflamatória pós-covid
A Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica é uma doença rara causada pelo novo coronavírus, em que uma em cada 5.000 crianças apresenta após ser infectada com a covid-19.
As crianças também podem ter febre e vários sintomas, incluindo dor abdominal (intestino), vômitos, diarreia, dor no pescoço, erupção cutânea, olhos vermelhos ou sensação de cansaço.
O primeiro relato dessa condição foi publicado nos Estados Unidos em 7 de abril de 2020. Desde então, a maioria dos casos é registrada em Londres e no sudeste da Inglaterra, áreas onde a variante inglesa do coronavírus causou um aumento acentuado nas infecções.
No Reino Unido, as autoridades de saúde estão em alerta para essa síndrome, que tem causado a hospitalização de até 100 crianças por semana.
Já no Brasil, segundo um levantamento feito pela CNN a partir de dados das secretarias estaduais de saúde de todo o país, houve 574 casos da síndrome e 43 mortes causadas por ela até o dia 12 de fevereiro.