Condição que atinge 18 milhões de brasileiros aumenta risco de demência
Os cientistas acreditam que o gerenciamento oportuno dessa condição pode ser uma estratégia viável para reduzir o risco de demência
Há muitos fatores que podem contribuir para a probabilidade de uma pessoa desenvolver demência. E agora, um estudo recente apontou para uma condição de saúde mental que aumenta ainda mais esse risco.
De acordo com um estudo da Universidade de Newcastle, na Austrália, a ansiedade — tanto a de início recente quanto a crônica na terceira idade — colocam as pessoas em zona de risco para demência.
Os pesquisadores divulgaram os resultados da investigação no Journal of the American Geriatrics.
A ansiedade é uma condição que afeta mais de 300 milhões de pessoas em todo o mundo. Só no Brasil, o transtorno afeta cerca de 18,6 milhões de indivíduos, conforme dados da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde), o que corresponde a 9,3% da população.
Ligação entre ansiedade e demência
Como parte do estudo, os pesquisadores analisaram dados de cerca de 2.000 pessoas, com idade média de 76 anos.
Cada participante teve sua ansiedade medida usando a Escala de Sofrimento Psicológico de Kessler (K10). O período de acompanhamento dos participantes durou 10 anos.
A equipe descobriu que aqueles com ansiedade crônica tinham um risco 2,8 vezes maior de ter demência, enquanto aqueles com ansiedade de início recente tinham um risco 3,2 vezes maior.
A equipe também descobriu que, quando a ansiedade era resolvida, a associação com o aumento do risco de demência desaparecia.
A ansiedade crônica é aquela que persiste por pelo menos cinco anos.
Já a ansiedade de início recente é composta por participantes que não tiveram ansiedade no primeiro exame, mas tiveram ansiedade no segundo exame com cinco anos de intervalo.
Como resultado de suas descobertas, os pesquisadores acreditam que o gerenciamento oportuno da ansiedade pode ser uma estratégia viável para reduzir o risco de demência.
14 fatores que podem aumentar suas chances de ter demência:
- Baixo nível de escolaridade formal;
- Baixo status socioeconômico;
- Presença do alelo 2 da apolipoproteína ε4;
- Transtornos por uso de álcool;
- Isolamento social;
- Deficiência de vitamina D;
- Níveis elevados de proteína C-reativa;
- Menor força de preensão manual;
- Deficiência auditiva;
- Hipotensão ortostática;
- Acidente Vascular Cerebral (AVC);
- Diabetes;
- Doença cardíaca;
- Depressão.
Esses fatores foram apontados por um estudo de pesquisadores de universidades europeias, ao avaliar mais de 350 mil indivíduos com menos de 65 anos em todo o Reino Unido.
Os dados, coletados do estudo britânico UK Biobank, foram revistos em uma publicação na revista JAMA Neurology.