Confirmada primeira morte por peste bubônica de 2020
Vítima morreu após o consumo de carne de um animal silvestre
Um adolescente de 15 anos morreu de peste bubônica na província de Gobi-Altai, na Mongólia, após ingerir carne de marmota, confirmou o Ministério da Saúde do país nesta terça-feira, 14. Ao menos 15 pessoas que tiveram contato com ele foram isoladas e estão recebendo tratamento com antibióticos. As autoridades também informaram que cinco distritos da província foram colocados em quarentena de seis dias.
A morte do jovem ocorre uma semana após a China emitir um alerta sobre casos suspeitos na Mongólia, país com o qual faz fronteira, e ampliar medidas de segurança sanitária.

Não há vacina para a doença de origem bacteriana, que é transmitida principalmente por picada de pulgas e também pelo consumo de carne de animais infectados. Na Mongólia Interior, o hospedeiro principal é a marmota que vive em áreas rurais.
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A doença é endêmica em países com saneamento básico precário. A ilha africana de Madagascar foi o local que registrou a epidemia mais recente de peste bubônica, em 2017, quando mais de 2 mil pessoas contraíram a doença e 209 morreram.
Apesar de surtos serem raros, pelo menos uma pessoa morre de peste bubônica todos os anos na Mongólia. Os casos são sempre relacionados à caça e consumo de animais silvestres.
No ano passado, um bloqueio foi imposto na província mongol de Bayan-Olgii, após relatos de que um casal havia morrido de peste bubônica depois de comer carne de marmota crua.
Peste bubônica: sintomas e passado
A doença é causada pela bactéria Yersinia pestis e ficou conhecida como Peste Negra na Idade Média.
Na segunda metade do século 14, a a peste bubônica virou uma pandemia, se espalhando pela Europa, Ásia e África e matando 50 milhões de pessoas.
Os sintomas se assemelham aos da gripe, incluindo calafrios, dor de cabeça intensa, febre alta, dores generalizadas, náuseas, vômitos, confusão mental e inflamação dos gânglios linfáticos. Eles começam a aparecer entre três e sete dias depois da infecção. Quando não tratada a doença evolui rapidamente, podendo matar a pessoa em 24 horas.