Conheça novo remédio injetável que remove o colesterol ruim

Com apenas duas doses ao ano, medicamento já é capaz de reduzir o LDL em até 52%

O inclisiran, com o nome comercial de Leqvio, é o mais novo remédio de combate ao colesterol alto. Trata-se da primeira droga de uma nova classe medicamentosa que usa interferência de RNA (RNAi) para aumentar a capacidade do fígado de remover o colesterol ruim do sangue, o LDL.

Fabricado pelo Novartis, o medicamento recebeu autorização na Europa e nos Estados Unidos após demonstrar segurança e eficácia. No Brasil, é esperado que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) conceda aprovação e ele esteja disponível no início de 2023.

Novo remédio injetável remove o colesterol ruim com duas doses ao ano
Créditos: AngelaMacario/istock
Novo remédio injetável remove o colesterol ruim com duas doses ao ano

Os testes com o medicamento mostraram uma redução eficaz e sustentada de até 52% do LDL em pacientes que, apesar da terapia com estatinas (medicamentos contra o colesterol) em máxima dose tolerada, permanecem com LDL elevado.

O colesterol ruim, quando está em taxas elevadas, entope os vasos e forma trombos, o que pode resultar em infarto e acidente vascular cerebral (AVC).

Como funciona o novo remédio?

O novo medicamento é administrado por meio de uma injeção subcutânea com uma dose inicial e outra aos 3 meses. Em seguida, deve ser aplicado uma vez a cada 6 meses.

O inclisiran trata-se da primeira droga de uma classe medicamentosa que utiliza o RNA de interferência para a redução eficaz e sustentada de LDL-C. Diferentemente de outras terapias, ele atua impedindo a produção da proteína-alvo no fígado, aumentando a captação hepática de LDL e eliminando-o da corrente sanguínea.

De acordo com a Novartis, em três ensaios clínicos, os pacientes que tomaram inclisiran mantiveram a redução do LDL-C ao longo de cada intervalo de dosagem de 6 meses.

Efeitos adversos

Nos estudos de Fase 3, o último antes de ser aprovado, o inclisiran foi bem tolerado.

Os eventos adversos mais comuns foram reação no local da injeção, dor nas articulações, infecção do trato urinário, diarreia, bronquite, dor nas extremidades e dispneia, porém nada grave. As reações no local da injeção foram as mais frequentes.