Consumo destes vegetais pode reduzir risco de Alzheimer, sugere estudo
A pesquisa descobriu que quem consumia estes vegetais tinha menos placas de proteínas amiloides no cérebro relacionadas ao Alzheimer
A importância dos alimentos naturais na manutenção da saúde humana é incontestável. Dietas ricas em vegetais, frutas e grãos são frequentemente associadas a um estilo de vida mais saudável e uma maior longevidade.
Recentemente, uma pesquisa mostrou que um tipo de vegetal pode ter um impacto ainda mais profundo do que o esperado, podendo inclusive contribuir na redução do risco de desenvolver demências, como o Alzheimer.
Cientistas da Rush University, nos Estados Unidos, realizaram um estudo que demonstra a influência positiva da ingestão de vegetais do tipo folhosos na saúde cerebral. Os resultados do estudo foram publicados na Neurology, revista da Academia Americana de Neurologia.
- Uma porção diária dessa oleaginosa reduz o risco de demência em 17%, diz estudo
- Dormir nessa posição ajuda a prevenir Alzheimer, revela estudo
- Especialista revela a idade em que você deve parar de beber álcool para reduzir o risco de demência
- Estudo alerta que bactéria comum pode aumentar o risco de uma pessoa ter Alzheimer
Vegetal de folha verde e a prevenção de Alzheimer
O estudo focou em duas dietas específicas: a dieta mediterrânea e a dieta Mind (nome derivado do inglês “Mediterranean-DASH Diet Intervention for Neurodegenerative Delay”). Ambas são conhecidas por enfatizarem o consumo de alimentos in natura.
A dieta Mind, que prioriza as folhas verdes, como espinafre e couve, e frutas vermelhas, chamou a atenção dos pesquisadores. Eles descobriram que idosos que seguindo essa dieta podem ter menos placas de proteínas amiloides – estruturas associadas ao desenvolvimento de doenças degenerativas como o Alzheimer.
De acordo com o autor do estudo, Puja Agarwal, a melhora na dieta das pessoas em apenas uma área – como o aumento do consumo de vegetais de folhas verdes – foi associada a uma redução significativa das placas amiloides no cérebro.
Em outras palavras, os pacientes que seguiam a dieta Mind apresentaram uma quantidade de amiloides semelhante à encontrada em pacientes cerca de quatro anos mais jovens.
Realização da pesquisa
O estudo da Rush University contou com 581 participantes, todos com 84 anos no início da pesquisa e que concordaram com o uso de seus cérebros após a morte para contribuir com os estudos sobre demência.
Durante sua vida, eles informaram seus hábitos alimentares por meio de questionários anuais. Quase 40% dos participantes acabaram sendo diagnosticados com demência pouco antes de morrer.
O que esses participantes comiam?
Uma avaliação conjunta da autópsia e dos questionários revelou que os idosos que consumiam mais vegetais de folhas verdes tinham níveis mais baixos de placas de proteínas amiloides em seus cérebros, correspondendo a cérebros aproximadamente 19 anos mais jovens do que os de pessoas com dietas menos ricas nesses vegetais.
Além de vegetais folhosos, a dieta desses participantes tinha:
- cereais integrais;
- frutas;
- legumes;
- azeite;
- grãos integrais;
- feijão;
- peixe;
- batata;
- nozes;
- azeite.
Enquanto isso, os participantes que comiam carne, laticínios, frituras e doces tinham níveis mais altos da proteína. Exames após os óbitos mostraram que 66% atendiam aos critérios para o diagnóstico de Alzheimer.
“Nossa descoberta de que comer mais vegetais de folhas verdes está associado a menos sinais da doença de Alzheimer no cérebro é intrigante o suficiente para que as pessoas considerem adicionar mais desses alimentos à sua dieta”, sugeriu Agarwal.
Embora precise de mais pesquisas para fundamentar estas descobertas, está claro que uma alimentação saudável – especialmente rica em vegetais folhosos – pode ser uma estratégia valiosa para manter um cérebro saudável e prevenir doenças degenerativas.