Dêmencia: Por que estes 2 fatores aumentam o risco da doença?

Em meio ao aumento de casos do transtorno, especialistas buscam mapear os fatores de risco

22/11/2024 21:00

Entenda por que estes fatores, segundo especialistas, podem estar associados a maior risco de demência – lightsource/DepositPhotos
Entenda por que estes fatores, segundo especialistas, podem estar associados a maior risco de demência – lightsource/DepositPhotos - lightsource/DepositPhotos

A demência, uma condição que já impacta 55 milhões de pessoas em todo o mundo, está em uma trajetória alarmante de crescimento. Especialistas apontam que, nas próximas décadas, o número de diagnósticos pode disparar, transformando a saúde pública em um grande desafio global.

Um estudo inovador conduzido pela Universidade do Sul da Califórnia lançou luz sobre a história da  doença ao analisar textos médicos antigos. A pesquisa revelou algo surpreendente: referências à condição eram raras na antiguidade.

Aparentemente, o Alzheimer e outros tipos de demência praticamente inexistiam na Grécia e Roma antigas, sugerindo que esses males se intensificaram apenas com a modernização, a urbanização, e o crescimento de fatores como poluição e sedentarismo.

De acordo com os cientistas, a poluição do ar e os hábitos sedentários são os dois maiores vilões na gênese da transtorno. À medida que as cidades romanas se expandiam e a qualidade do ar piorava, os casos de declínio cognitivo começaram a emergir. “Identificamos pelo menos quatro menções a formas avançadas de demência na literatura romana. Ainda não é possível afirmar que se tratava de Alzheimer, mas o avanço em comparação com os relatos gregos é claro”, explicou o professor Caleb Finch, que liderou a pesquisa.

Esse panorama coloca a condição como uma doença essencialmente moderna, moldada por séculos de mudanças ambientais e comportamentais. Mas, apesar das más notícias, há esperança: prevenir é possível, e as escolhas que fazemos hoje podem proteger nosso futuro.

Como reduzir o risco de demência?

Adotar um estilo de vida saudável é a melhor defesa contra o declínio cognitivo. A ciência já demonstrou que práticas simples podem fazer toda a diferença: manter-se fisicamente ativo, não fumar, evitar o consumo excessivo de álcool, controlar o peso, seguir uma alimentação equilibrada e monitorar regularmente os níveis de pressão arterial, colesterol e glicose no sangue são ações que podem reduzir significativamente o risco.

A alimentação como aliada do cérebro

Uma dieta rica em nutrientes não apenas beneficia o corpo, mas também nutre o cérebro. Consumir grãos integrais, vegetais folhosos, frutas vermelhas, nozes, feijões, lentilhas, carnes magras como frango e peru, peixes e azeite de oliva tem sido associado à proteção contra a demência. Esses alimentos auxiliam no controle do peso, da glicemia e da pressão arterial, além de fornecer antioxidantes e outros nutrientes cruciais para a saúde cerebral.

Em um mundo em rápida transformação, onde a poluição e o sedentarismo continuam a crescer, nossas escolhas individuais podem ser uma poderosa ferramenta para preservar a saúde mental e combater os desafios da modernidade.