Demência: Oxford lista 8 fatores de risco que são controláveis

Pesquisa da Universidade de Oxford destaca que, de 11 fatores de risco frequentes ao longo dos anos, 8 são modificáveis

Estudo revela os principais fatores de risco modificáveis para demência
Créditos: iStock/kirstypargeter
Estudo revela os principais fatores de risco modificáveis para demência

Segundo recentes estudos, a demência está se tornando uma preocupação crescente em todo o mundo, especialmente com o envelhecimento da população.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, até 2050, o número de pessoas afetadas por essa condição poderá saltar de 55 milhões para 139 milhões globalmente.

O aumento coloca em evidência a necessidade urgente de abordagens eficazes para a prevenção da doença.

Quais as principais causas da demência?

Muitos estudos indicam que até 40% dos casos de demência podem estar relacionados a estilo de vida e hábitos diários.

A pesquisa conduzida por especialistas da Universidade de Oxford destaca que, de 28 fatores de risco analisados, 11 mostraram-se significativamente associados ao aumento do risco de desenvolvimento da doença ao longo dos anos.

Interessantemente, 8 desses fatores são considerados modificáveis e, portanto, passíveis de intervenção.

Quais são os principais fatores de risco para demência?

  • Idade avançada;
  • Nível de educação;
  • Diabetes;
  • Depressão;
  • Histórico de AVC;
  • Antecedentes familiares de demência;
  • Baixa classe socioeconômica;
  • Alta pressão sanguínea;
  • Alto nível de colesterol;
  • Viver sozinho;
  • Por fim, ser do sexo masculino.

O que fazer para diminuir o risco de demência?

De acordo com os cientistas envolvidos no estudo, medidas preventivas e mudanças no estilo de vida podem desempenhar um papel crucial na redução do risco de desenvolver demência.

Tratar condições como diabetes e depressão, gerenciar eficazmente a pressão arterial e os níveis de colesterol são etapas importantes.

Adicionalmente, incentivar a interação social e a educação contínua também podem ser estratégias valiosas.

Afinal, quais são os primeiros sinais de demência?

  • Perda de memória: esquecer informações recentes, eventos ou conversas importantes. Repetir perguntas ou histórias frequentemente.
  • Dificuldade em executar tarefas diárias: ter problemas para realizar atividades que antes eram familiares, como preparar uma refeição, usar eletrodomésticos ou seguir instruções de uma receita.
  • Desorientação: perder-se em locais conhecidos, esquecer datas importantes ou não conseguir lembrar-se de que dia da semana é.
  • Problemas de linguagem: dificuldade em encontrar as palavras certas, esquecer nomes de objetos comuns, ou ter problemas para seguir ou participar de uma conversa.
  • Dificuldade em tomar decisões: tomar decisões inadequadas ou imprudentes, como gastar dinheiro de maneira irresponsável ou negligenciar a higiene pessoal.
  • Alterações de humor: mudanças de humor inesperadas, como depressão, ansiedade, ou comportamentos inadequados. Pode haver um aumento da irritabilidade, apatia ou isolamento social.
  • Perda de iniciativa: redução no interesse por atividades ou passatempos que antes eram prazerosos, ou evitar a interação social.
  • Dificuldade em planejar: problemas em seguir um plano, como uma receita ou uma rota de viagem, e dificuldade em lidar com problemas que antes eram solucionados com facilidade.
  • Mudanças visuais: problemas de percepção visual, como dificuldade em julgar distâncias, identificar cores ou reconhecer rostos conhecidos.
  • Comportamento inapropriado: além disso, um comportamento social inadequado ou alterações na maneira como a pessoa se comporta em público também podem ser sinais.

Se você ou alguém que você conhece está apresentando esses sinais, é importante procurar a orientação de um profissional de saúde para uma avaliação completa.

A detecção precoce é crucial para o manejo eficaz da demência e pode ajudar a melhorar a qualidade de vida do paciente e de sua família.

Políticas públicas e a luta contra a doença

Embora os fatores pessoais sejam significativos, a necessidade de políticas públicas eficazes também é fundamental. Atualmente, apenas um quarto dos países possui estratégias nacionais para dar suporte a pessoas com demência e suas famílias.

No Brasil, os números do Censo 2022 revelam um aumento significativo na população idosa, o que exige um planejamento robusto e ação imediata para enfrentar esse desafio crescente.

Com a projeção de aumento nos casos nas próximas décadas, torna-se imperativo adotar medidas que possam mitigar esse impacto.