Diagnósticos de AIDS em crianças mais que dobram no Rio de Janeiro
Três cidades brasileiras conseguiram se tornar territórios livres de transmissão de HIV de mãe para filho
A transmissão vertical, ou seja, crianças que recebem o vírus HIV da mãe, ainda é um desafio para a saúde pública. No estado do Rio de Janeiro, os casos de menores de cinco anos diagnosticados com AIDS mais que dobraram nos primeiros oito meses deste ano.
Em 2018, de janeiro a agosto, foram registrados 9 casos. No mesmo período deste ano, foram 21. As informações foram divulgadas pela CBN.
Realidade diferente é observada na cidade de São Paulo, que conseguiu zerar os casos desse tipo de transmissão. O município é o terceiro do país a garantir isso. O primeiro foi Curitiba e o segundo, Umuarama, também no Paraná.
O avanço é graças ao trabalho de prevenção realizado com as mulheres para impedir que o vírus seja passado durante o período da gestação, no parto ou pelo aleitamento materno.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2017, 20 países e territórios das Américas relataram dados que indicam a eliminação desse tipo de transmissão; sete receberam a validação da entidade.
Terapia antirretroviral
Para o caso de gestantes soropositivas, existe um protocolo estabelecido pelo Ministério da Saúde que previne a transmissão do HIV da mãe para a criança.
Essas mulheres recebem antirretrovirais durante a gestação e, no momento do parto, é administrado um antiviral específico diretamente na veia. Outro cuidado é remover as secreções maternas do bebê, logo após o nascimento. Essa criança também deve receber um tratamento durante o primeiro mês de vida.
Esses cuidados, quando seguidos corretamente, reduzem a taxa de transmissão de 25% a 30% para entre 1% a 2%. Além disso, o parto por cesariano reduz o risco de contaminação do recém-nascido.