Calvície: dieta com menos gordura pode prevenir queda de cabelo
Estudo realizado pela Universidade de São Paulo (USP) avaliou relação entre dieta restritiva e queda de cabelo
Quais são os efeitos de dietas de restrição calórica sobre a pele ? A questão foi tema de uma pesquisa realizada na USP (Universidade de São Paulo), que avaliou: uma alimentação com menos calorias ajuda a viver mais, por outro lado reduz as reservas de gordura que mantém o corpo aquecido.
Além disso, o estudo, que observou um grupo de camundongos para avaliar os possíveis efeitos de dietas restritivas, descobriu que o tecido cutâneo dos roedores estimula o crescimento de pelos e aumenta o fluxo sanguíneo para aquecer a pele.
Ao longo de seis meses, a pesquisa acompanhou dois grupos de camundongos. O primeiro, que poderia se alimentar livremente, como, quando e quanto queriam. Enquanto o segundo grupo foi submetido a uma dieta na qual era permitido comer somente 60% das calorias consumidas em média pelo outro grupo.
Passado o período de avaliação, os roedores submetidos à restrição calórica tinham massa corporal 40% menores que os demais. Eles não perderam peso, porém não engordaram como os roedores do primeiro grupo, que ficaram obesos.
Menos gordura mais cabelo
Por outro lado, como a gordura que ajuda a deixar os corpos aquecidos diminuiu, a resposta adaptativa da pele dos camundongos foi estimular o crescimento de pelos, com pelagens mais uniformes, mais espessas e com pelos mais longos.
“O pelo tem propriedades que isolam melhor o calor. Achamos que essa é uma adaptação presente nos mamíferos. Aqueles que comem menos têm menos gordura e, portanto, precisam de mais pelos para isolar o calor”, disse Alicia Kowaltowski, pesquisadora do Instituto de Química da USP.
O artigo integra uma série de estudos coordenados por Kowaltowski no âmbito do Redoxoma (Centro de Pesquisa em Processo Redox em Biomedicina), CEPID (Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão) apoiado pela Fapesp. O objetivo é investigar o efeito da restrição calórica sobre diferentes tecidos.
Os resultados da análise foram divulgados pela Agência Fapesp.