Dificuldade em entender sarcasmo pode ser sinal precoce de demência, aponta UCLA

Um estudo inovador da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos (UCLA), revelou um sintoma precoce e pouco conhecido da demência frontotemporal (DFT): a dificuldade em reconhecer sarcasmo e mentiras durante conversas.

A descoberta pode representar um avanço significativo no diagnóstico precoce da doença, permitindo intervenções mais eficazes e melhor qualidade de vida para os pacientes.

O que diz a pesquisa

Na investigação, 175 pessoas participaram de testes que envolviam a exibição de vídeos com interações sociais. Após assistirem às cenas, os voluntários responderam a perguntas para avaliar sua compreensão das situações — incluindo a identificação de sarcasmo e enganações sutis. Os dados foram cruzados com imagens de ressonância magnética para mapear as áreas do cérebro envolvidas.

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Os resultados mostraram que tanto pacientes com Alzheimer quanto com DFT tiveram dificuldade em identificar o sarcasmo. No entanto, a limitação foi especialmente acentuada entre aqueles com demência frontotemporal, o que sugere que essa dificuldade pode ser uma característica marcante do início da doença.

O que é a demência frontotemporal

A DFT é uma condição neurodegenerativa que afeta principalmente os lobos frontal e temporal do cérebro — regiões associadas ao comportamento, linguagem e personalidade. Ao contrário do Alzheimer, nos estágios iniciais da DFT a memória costuma ser preservada, mas alterações no comportamento, impulsividade e dificuldades na comunicação podem surgir cedo.

Com o avanço da doença, sintomas como confusão, perda de habilidades motoras e dificuldades para engolir podem se manifestar.

Por que a descoberta é importante

Identificar sinais precoces é crucial para o tratamento de demência. Segundo os pesquisadores, a dificuldade em perceber o sarcasmo, algo que depende da leitura sutil de intenções e emoções, pode ser uma pista valiosa para diagnosticar a DFT antes que sintomas mais severos apareçam.

Com essa nova evidência, abre-se uma janela de oportunidade para intervenções mais rápidas, suporte psicológico e estratégias que possam desacelerar o progresso da doença.

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