Diretor da OMS defende o direito ao aborto após polêmica nos EUA
"As mulheres devem sempre ter o direito de escolher quando se trata de seus corpos e sua saúde", argumentou
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, lançou um apelo a favor do direito ao aborto.
Isso aconteceu dois dias após o vazamento do esboço de uma decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos favorável à revogação de uma decisão histórica de 1973 que legalizou em todo o país o direito à interrupção da gravidez.
“As mulheres devem sempre ter o direito de escolher quando se trata de seus corpos e sua saúde”, defendeu Tedros Adhanom.
“Restringir o acesso ao aborto não reduz o número de procedimentos. A restrição leva mulheres e jovens a recorrerem a procedimentos perigosos. O acesso ao aborto seguro salva vidas”, declarou ele em mensagem publicada no Twitter.
O chefe da OMS, no entanto, não fez referência especificamente ao vazamento do documento dos EUA.
O vazamento do documento interno do tribunal norte-americano gerou uma onda de protestos. Ele seria de autoria do juiz conservador Samuel Alito.
Aborto no mundo
Segundo a OMS, os abortos inseguros causam cerca de 39 mil mortes por ano em todo o mundo e resultam na hospitalização de outros milhões de mulheres devido a complicações.
A maioria dessas mortes está concentrada em países de baixo rendimento – mais de 60% na África e 30% na Ásia – e entre pessoas mais vulneráveis.