DNA Neandertal influencia características físicas e saúde

Os Neandertais deixaram de existir há aproximadamente 40 mil anos, mas parte deles ainda está entre nós: seus genes. É o que aponta estudo publicado no Cell Press, em fevereiro deste ano.

Segundo os cientistas da Universidade de Washington, Seattle, EUA, o DNA desses longínquos antepassados pode estar relacionado com características físicas ou doenças que sofremos hoje. Isso poderia impactar em traços como altura e tendência a ter algumas doenças – como lúpus ou esquizofrenia – para quem tem ancestralidade Neandertal, segundo estudo.

A pesquisa não foi feita com base em registros médicos, mas sim em tecidos humanos, focando em como o DNA de Neandertais pode ativar ou desativar certos genes em humanos modernos.

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DNA desses ancestrais pode ativar ou desativar certos genes em humanos modernos.

“Nosso estudo demonstra que a herança de sequências Neandertais não é um remanescente silencioso de um cruzamento (de espécies) antigo, mas têm impactos mensuráveis sobre a expressão de genes que contribuem para a variação dos modernos fenótipos humanos”, conforme publicaram os cientistas.

Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores utilizaram uma base de dados pública – chamada GTEx – e estudaram amostras de 52 tecidos do corpo humano, provenientes de 214 indivíduos.

A equipe pretende agora iniciar um estudo sobre a expressão genética do povo da Melanésia, Oceania. Os cientistas acreditam que esses indivíduos carregam sequências genéticas dos Denisovanos, uma espécie que poderia ter convivido com Homo Sapiens e Neandertais.

Segundo Joshua M. Akey, um dos autores do estudo, também há intenção de pesquisar outras populações, pois isso poderia ajudar a descobrir grupos humanos antigos ainda desconhecidos.