Entenda a ligação entre cochilos frequentes e pressão alta
Padrão de sono é uma das métricas essenciais para a saúde ideal
Um estudo chinês publicado no Hypertension, um jornal científico da American Heart Association, descobriu que aqueles que cochilam com frequência podem ser mais propensos à pressão alta e a um risco aumentado de derrame.
Este é o primeiro estudo a usar tanto a análise observacional dos participantes durante um longo período de tempo quanto a randomização mendeliana – uma validação de risco genético para investigar se cochilos frequentes estavam associados à pressão alta e acidente vascular cerebral isquêmico.
O estudo usou informações do UK Biobank, um grande banco de dados biomédico do Reino Unido.
- Novo medicamento reduz forma genética do colesterol alto em até 86%
- Descubra o poder da romã para a saúde do coração
- Estudo aponta para fator que aumenta em 31% o risco de demência
- Os benefícios de trocar o elevador pela escada
O UK Biobank recrutou mais de 500.000 participantes com idades entre 40 e 69 anos que viveram no Reino Unido entre 2006 e 2010.
Eles forneceram regularmente amostras de sangue, urina e saliva, bem como informações detalhadas sobre seu estilo de vida.
A pesquisa de frequência de cochilo durante o dia ocorreu 4 vezes de 2006 a 2019 em uma pequena proporção de participantes.
Os participantes foram divididos em grupos com base na frequência de cochilos autorrelatados: “nunca/raramente”, “às vezes” ou “geralmente”.
Resultado do estudo
O estudo descobriu que, quando comparadas às pessoas que relataram nunca tirar uma soneca, as pessoas que costumam cochilar tiveram uma probabilidade 12% maior de desenvolver pressão alta e 24% maior de ter um derrame.
Os participantes com menos de 60 anos que geralmente cochilavam tinham um risco 20% maior de desenvolver pressão alta em comparação com pessoas da mesma idade que nunca cochilavam.
Depois dos 60 anos, a soneca habitual foi associada a um risco 10% maior de pressão alta em comparação com aqueles que relataram nunca cochilar.
O resultado da randomização mendeliana mostrou que, se a frequência de cochilos aumentasse em uma categoria (de nunca para às vezes ou às vezes para geralmente), o risco de pressão alta aumentava em 40%.
Os pesquisadores, então, relacionaram a maior frequência de cochilos à propensão genética para o risco de hipertensão arterial.
O que explica a ligação entre cochilo e pressão alta?
Segundo os pesquisadores, embora tirar uma soneca não seja prejudicial, muitas pessoas que dormem durante o dia enfrentam sono ruim à noite.
E o sono entrecortado durante a noite está associado a problemas de saúde.
Os autores recomendam um exame mais aprofundado das associações entre um padrão de sono saudável, incluindo cochilos durante o dia, e a saúde do coração.
É importante dizer que estudo tem várias limitações importantes. Os pesquisadores coletaram apenas a frequência do cochilo diurno, não a duração. Dessa forma, não há informações sobre como ou se a duração do cochilo afeta a pressão arterial ou os riscos de derrame.
Além disso, os participantes do estudo eram em sua maioria de meia-idade e idosos com ascendência europeia, portanto os resultados podem não ser generalizáveis.