Entenda a ligação entre rosácea e questões emocionais
Estresse, ansiedade e depressão podem intensificar os sintomas da condição de pele
A rosácea é uma doença crônica da pele, mas é frequentemente exacerbada por fatores emocionais.
Estresse, ansiedade e depressão, por exemplo, podem piorar significativamente os sintomas da rosácea.
Além disso, a aparência visível das erupções cutâneas e vermelhidão pode causar um impacto emocional profundo, levando a um ciclo vicioso onde a rosácea agrava a saúde mental e vice-versa.
O que, afinal, é a rosácea?
A rosácea caracteriza-se por vermelhidão persistente, principalmente nas bochechas, nariz, queixo e testa, podendo também causar pequenos vasos sanguíneos visíveis, pápulas e pústulas (semelhantes a acne), e, em casos mais graves, um espessamento da pele, especialmente no nariz (rinofima).
De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, a condição é mais frequente em adultos entre 30 e 50 anos e tende a ser mais comum em pessoas de pele clara. Raramente ocorre em pessoas negras.
Embora a causa exata da rosácea não seja completamente compreendida, acredita-se que uma combinação de fatores genéticos, ambientais e imunológicos esteja envolvida.
Como se dá a ligação entre rosácea e o emocional?
Estudos indicam que o sistema nervoso e a pele estão intimamente conectados.
Quando uma pessoa experimenta estresse ou ansiedade, o corpo libera hormônios do estresse, como o cortisol, que podem inflamar ainda mais a pele já sensível.
Portanto, as respostas emocionais não só desencadeiam surtos de rosácea, mas também prolongam a duração dos sintomas.
Igualmente importante é o impacto social da rosácea. As pessoas que sofrem desta condição muitas vezes experimentam vergonha e constrangimento, o que pode levar ao isolamento social.
Este isolamento, por sua vez, agrava sentimentos de depressão e baixa autoestima. Assim, a rosácea não é apenas uma questão dermatológica, mas também uma questão psicossocial.
Sinais e sintomas da rosácea
- Flushing facial – períodos de sensação abrupta de vermelhidão e calor na pele como se fosse um surto de vasodilatação.
- Telangiectasias – dilatação de pequenos vasos permanentes.
- Possível edema facial
- Pápulo-pustulosas – podem ocorrer nódulos; as pápulas podem, eventualmente, quando numerosas, formar placas granulomatosas (rosácea lupoide).
- Rinofima – espessamento irregular e lobulado da pele do nariz, dilatação folicular, levando ao aumento e deformação do nariz .
- Alterações oculares – ocorrem em 50% dos casos (irritação, ressecamento, blefarite, conjuntivite e ceratite).
O que provoca a rosácea?
A rosácea é uma condição complexa e multifatorial, cuja causa exata ainda não é completamente compreendida.
Em primeiro lugar, a predisposição genética desempenha um papel, uma vez que pessoas com histórico familiar de rosácea têm maior probabilidade de desenvolver a condição.
Além disso, anormalidades na resposta imunológica podem contribuir significativamente.
Por exemplo, pesquisas sugerem que a superatividade da proteína catelicidina, que ajuda a combater infecções na pele, pode estar influência na inflamação observada na rosácea.
Ademais, a presença de certos microrganismos na pele, como o ácaro Demodex folliculorum e a bactéria Bacillus oleronius, tem sido associada à rosácea.
Esses organismos, encontrados em maior número na pele de pessoas com rosácea, podem desencadear uma resposta inflamatória.
Além do mais, problemas nos vasos sanguíneos, incluindo a dilatação excessiva e a fragilidade capilar, podem contribuir para a vermelhidão e os pequenos vasos visíveis característicos da rosácea.
Exposição ao sol, temperaturas extremas (sejam elas de calor ou frio), vento, alimentos picantes, bebidas alcoólicas, estresse emocional, exercício físico intenso e produtos de cuidado da pele irritantes podem desencadear ou agravar a rosácea.