Entenda como a tinta da tatuagem aumenta os riscos de câncer

Estudo com gêmeos descobriu que pessoas com tatuagens grandes (maiores que a palma da mão) tinham 2,73 vezes mais chances de desenvolver linfoma

05/03/2025 13:29

A tatuagem tornou-se uma forma popular de autoexpressão, mas um novo estudo dinamarquês sugere que a tinta utilizada pode aumentar os riscos de câncer de pele e linfoma. Pesquisadores da University of Southern Denmark analisaram dados de gêmeos e descobriram que indivíduos tatuados têm uma taxa significativamente maior dessas doenças em comparação com não tatuados.

A pesquisa, publicada na BMC Public Health, examinou 2.367 gêmeos nascidos entre 1960 e 1996. A análise revelou que indivíduos tatuados apresentaram um risco 62% maior de câncer de pele. Além disso, os portadores de tatuagens grandes tinham quase quatro vezes mais chances de desenvolver câncer de pele e um risco 2,83 vezes maior de carcinoma basocelular.

A tinta e seu impacto no corpo

Estudos anteriores já indicavam que partículas de tinta de tatuagem não permanecem apenas na pele. Elas podem migrar pela corrente sanguínea e se acumular nos gânglios linfáticos e outros órgãos, causando inflamação crônica e favorecendo o crescimento celular anormal.

A tinta preta, a mais usada, contém negro de fumo, um composto potencialmente cancerígeno, segundo a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC). Já as tintas coloridas podem liberar substâncias tóxicas quando expostas ao sol ou durante a remoção a laser, aumentando os riscos para a saúde.

Pesquisa reforça a importância de considerar os impactos da tatuagem na saúde
Pesquisa reforça a importância de considerar os impactos da tatuagem na saúde - zamrznutitonovi/istock

Campanhas de conscientização são necessárias

Com a crescente popularidade das tatuagens, especialmente entre os jovens, os pesquisadores alertam para a necessidade de campanhas educativas sobre os possíveis riscos. Embora não seja motivo para pânico, acompanhar mudanças na pele e buscar tintas mais seguras são medidas prudentes.

A remoção de tatuagens também pode representar riscos, pois os pigmentos quebrados pelo laser podem se tornar mais móveis no organismo. Estudos futuros serão essenciais para compreender os mecanismos exatos que ligam a tinta da tatuagem ao câncer e desenvolver alternativas mais seguras para a arte corporal.